O culto do Espirito Santo chegou aos Açores, à ilha de S. Miguel com os primeiros povoadores da Ordem de Cristo e estão presentes em todas as ilhas do arquipélago. Este culto é referido, nas ilhas, como tendo ido da cidade de Tomar, depois de ter sido instituído pela Rainha Santa Isabel, em Tomar, Alenquer e Pendão – Sintra, mas que com o primeiro povoador – Gonçalo Velho Cabral este culto foi levado de Tomar. Tal reconhecimento levou a que se iniciasse um processo de geminação entre o município de Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel e o município de Tomar, ideia que lancei numa visita a esta festa em Ponta Delgada ao presidente da Câmara – José Manuel Bolieiro e que por sua vez teve a boa recepção da Câmara de Tomar. Assim no decorrer das Festas do Espirito Santo de Ponta Delgada a iniciar-se dia 6 de Julho e até 9 de Julho, vai deslocar-se a Ponta Delgada o vice presidente da Câmara de Tomar – Hugo Cristovão para a referida assinatura e assistir à distribuição e comunhão de serem servidas Catorze mil sopas nas Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada, nos Açores, que começam na quinta-feira dia 6 e terminam no domingo dia 9 , anunciou o presidente da câmara, de Ponta Delgada que considerou este mais um cartaz turístico do concelho. “Sendo uma festa popular identitária, não apenas de Ponta Delgada, mas da açorianidade no seu todo, com forte referência na nossa diáspora, é também, face à sua configuração, centralidade e dimensão grandiosa na cidade, que reúne as mordomias das 24 freguesias, um elemento que se constitui já como um verdadeiro cartaz turístico”, afirmou José Manuel Bolieiro, na conferência de imprensa de apresentação do programa das Grandes Festas do Divino Espírito Santo, nos Paços do Concelho.
Por outro lado, José Manuel Bolieiro destacou a “regularidade e previsibilidade” da iniciativa, “sempre no segundo fim de semana do mês de julho”, o que permite que muitas pessoas, sobretudo emigrantes, “organizem as suas férias para este período”. “O negócio turístico aponta como um dos acontecimentos e evento âncora no mês de julho as grandiosas Festas do Divino Espírito Santo”, acrescentou. Um dos momentos mais aguardados do programa é a partilha popular das sopas do Espírito Santo, às 12:00 locais de sábado (mais uma hora em Lisboa), no Campo de São Francisco. Segundo dados do município, para as sopas, que incluem arroz doce, e ainda para as pensões estão contabilizados 2.500 quilogramas de carne. As hortaliças são oferecidas pelos comerciantes do mercado da Graça e para a refeição serão ainda preparados 1.500 bolos de massa e 740 pães, e usados 275 quilogramas de arroz e outros tantos de açúcar, 275 limões, 285 dúzias de ovos, 90 pacotes de manteiga e oito quilogramas de canela. Ainda no sábado, às 15:00, decorre o cortejo etnográfico, na avenida marginal, com a participação das mordomias das 24 freguesias de Ponta Delgada, 57 carros alegóricos, 28 carros de bois e 15 folias, informou o presidente da autarquia da ilha de São Miguel. Um dia antes, abre o quarto do Espírito Santo, no salão nobre dos Paços do Concelho, visitável pelo público, com 95 bandeiras e 78 coroas.
No domingo, quando termina mais uma edição das festas, às 09:00 decorre a missa da coroação, no Largo da Matriz, duas horas depois o bodo de leite nas Portas da Cidade e, à tarde, a “grande coroação dos impérios do concelho”, no Campo de São Francisco. Uma conferência, concertos, concurso de massa sovada, com a participação da Confraria dos Gastrónomos dos Açores, quiosques de solidariedade social e bazar de artesanato dos centros de idosos do concelho, são outras das iniciativas do programa. As festas incluem, também, a distribuição de 50 pensões, a famílias carenciadas e instituições particulares de solidariedade social do concelho. Aos jornalistas, o autarca realçou que do ponto de vista religioso distingue-se no programa “a missa e a respetiva coroação que, inequivocamente, são as grandes referências”. “Sob o ponto de vista da partilha e da solidariedade, evocando o Espírito Santo, a componente das sopas e das pensões. Estamos a falar de cerca de 14 mil doses, envolve por isso uma partilha, mas, sobretudo, uma mobilização muito significativa e recorde nos Açores”, assinalou José Manuel Bolieiro. Neste grupo para além do representante da autarquia tomarense, estará um grupo de 46 tomarenses em passeio organizado, o que vai ser um momento marcante de Tomar sair do “orgulhosamente sós” e, criar parcerias e sinergias que levem a vir a Tomar açorianos às nossas festas doa tabuleiros, numa rota de saudade, onde “nasceu” o culto e de igual modo das comunidades da diáspora açoriana que estão radicadas nos EUA e Brasil, ou seja uma rede de intercâmbio de turismo histórico religioso e cultural. António Freitas