De 13 a 16 de julho inicia-se a segunda etapa de uma programação assente num conceito inovador a nível nacional, com 13 municípios unidos na criação de programação cultural em rede e na promoção turística da sua região. Uma iniciativa idealizada com a consciência de que o património não tem alma sem as pessoas e que os Caminhos são feitos por quem os percorre e se cruza com as paisagens, os monumentos, os espaços culturais, as casas, as praças, as ruas.
Alguns projetos envolvem a população residente, outros contarão com o contributo do público ou irão, simplesmente, desafiar os sentidos de quem tiver a sorte de assistir a alguma das mais de três dezenas de iniciativas que desta vez se espalham por sete concelhos do Médio Tejo. Haverá dança, teatro, música e novo circo pelas ruas e a maioria dos espetáculos terão a sua estreia em julho – outros eventos de sucesso em abril repetem-se, agora em concelhos e cenários diferentes.
Nas estreias, destaque para os concertos de Birds Are Indie (Ferreira do Zêzere, dia 14) e de Capicua (Sertã, dia 15), bem como para o espetáculo Human Brush, do francês Vincent Glowinski (Abrantes, dia 13; Constância, dia 15). Vicent Glowinski, “príncipe” da arte urbana na Europa, afirmou-se sob o pseudónimo Bonom, trocando Paris por Bruxelas e reaparecendo em lugares improváveis. Ele desenha pelo mundo, inspirado pela fisiologia animal e a natureza, e o público já conhece a sua fisionomia através dos traços com que tem mudado o universo das ruas. Esses traços são transmitidos em direto num ecrã, revelando-se através de luzes ultravioleta e spot-lights. Um espetáculo em que a câmara expõe as criações únicas resultantes da fusão entre a arte do movimento e as artes plásticas.
Nas iniciativas que têm continuidade, vale a pena marcar na agenda os dias em que regressa o Baile dos Candeeiros, que, depois de ter deslumbrado o público no Castelo de Almourol, em Vila Nova da Barquinha, irá agora decorrer em Alcanena (dia 15) e Mação (dia 14). Esta instalação plástica, que respira através do movimento coreografado, ora deambulante e individual, ora fixo num encontro para o qual todos são convidados, busca inspiração nas recordações de infância e dos anos 60, que viajam à velocidade da luz até ao presente, e aterram para dançar com quem estiver por perto.
O mote “Médio Tejo – Uma região a caminho” norteia os roteiros de descoberta deste território e as propostas de animação cultural, em três momentos diferentes no ano, tendo como referência os percursos desenhados pelas linhas férreas, os leitos dos rios e as estradas e caminhos que marcam o centro do país. Esta é uma das zonas mais ricas em património histórico e natural e, talvez, uma das que ainda encerra mais segredos em Portugal. Muitos dos lugares mágicos destes concelhos irão servir de palco aos artistas convidados nos Caminhos da Água: da Gruta de Avecasta ao Lago de Dornes, em Ferreira do Zêzere, às praias fluviais de Carvoeiro e Ortiga, em Mação, ao centro geodésico de Portugal, em Vila de Rei, onde se viverão momentos únicos. Difícil será escolher o caminho a percorrer.