Mais de quinhentos milhões de euros. Foi este o preço que o país pagou pelo Siresp, um sistema de comunicações móveis que, segundo se disse, seria de elevada qualidade e que assegura a interacção entre todos os meios de combate a incêndios. Mas a verdade é que não é tanto assim. Há, a demonstrar isso mesmo, o exemplo centrado na tragédia de Pedrógão Grande, onde falhas no sistema deixaram operacionais à beira de um ataque de nervos. Mas importa, agora, recuperar declarações feitas por Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, em entrevista concedida à Hertz. No dia 5 de Abril de 2017, ou seja bem antes destas trágicas ocorrências, o autarca sardoalense quis dar como exemplo uma infeliz experiência própria, precisamente no incêndio que assolou o seu concelho em Agosto do ano passado. E as suas palavras foram premonitórias. Miguel Borges apontou o dedo ao Siresp e disse que o sistema falhou em toda a linha no seu território… deixando a pergunta que, pelos vistos, ninguém sabe ou quer responder: «Quem é que nos garante que o Siresp vai funcionar?»: