O Instituto Politécnico de Tomar tem sido pioneiro no desenvolvimento de cursos de Arqueologia, recorrendo aos modernos mecanismos de ensino digital, desde 2008, tendo em média 90% de alunos não residentes em Portugal, em cada uma das edições. Assim, a Escola Superior de Tecnologia de Tomar, com dois dos seus cursos de Pós-graduação, o de Pós-graduação de Arqueologia Subaquática e a Pós-graduação de Arqueologia, Gestão e Educação Patrimonial, ambos coordenados pela Professora Doutora Alexandra Figueiredo, tem desenvolvido anualmente formação nesta modalidade. Como a mesma refere “os alunos não sentem diferença entre aquilo que é o ensino presencial e o ensino na modalidade em que o lecionamos. Na verdade, as novas plataformas de ensino permitem um contato direto contínuo, entre os professores e os alunos, existindo um horário, tal como na modalidade presencial, onde o professor expõe a matéria numa sala de aula virtual, trabalhando e aplicando qualquer estratégia pedagógica, incluíndo as ativas.”. A dificuldade e exigência é a mesma que o sistema presencial, formando os alunos nas diferentes disciplinas que se relacionam com a Arqueologia. “Os alunos podem sem sair de casa assistir às aulas, permitindo-lhes estar em qualquer ponto do país ou fora deste, sem perder as aulas. Para além disto, as aulas ainda ficam gravadas, garantindo aos alunos uma revisão da matéria lecionada sempre que assim necessitarem” refere a coordenadora. O sistema permite ainda o controle da presença dos alunos, bem como fazer testes e exames à distância de uma forma segura.
Uma das questões que se coloca sempre quando os alunos de um país desenvolvem um curso numa instituição de outro país é a capacidade de creditação. No caso do Politécnico de Tomar tal situação não tem sido um problema, pois existe uma série de protocolos internacionais com instituições, nomeadamente brasileiras, criando uma rede de colaboração, quer na parte letiva, quer no reconhecimento dos conteúdos. Um dos exemplos foi o da ex-aluna Vanessa Milder, a fazer atualmente o seu mestrado na PUC-RS, no Brasil, em que explica que não teve dificuldade, “a instituição na qual estou cursando mestrado no Brasil deferiu o aproveitamento de créditos das disciplinas que cursei na especialização de pós-graduação de Arqueologia, Gestão e Educação Patrimonial”. A mesma não tem dúvidas em considerar que o curso de pós-graduação foi uma grande oportunidade na sua formação e que este tipo de ensino foi o grande motivo para a sua escolha pelo Instituto Politécnico de Tomar. “Sabemos que aqui no Brasil são poucos os cursos de Arqueologia e no meu caso a uma distância considerável em relação à minha cidade (Santa Maria/RS)”, tendo sido o curso “incrivelmente positivo.” Um outro exemplo foi do aluno Capitão Ricardo Guimarães que foi enviado pela Marinha Brasileira para se especializar na Pós-graduação de Arqueologia Subaquática. No caso do curso de Arqueologia Subaquática, único a ser lecionado no país, os alunos têm oportunidade de contactar com as várias áreas disciplinares, todas elas direcionadas para a subaquática. No final integram-se em estágios práticos, quer em projetos de investigação coordenados pela instituição ou por outros parceiros, podendo desenvolver também os seus próprios projetos ou teses de investigação. O caso do recente formado aluno Luis Muri é um bom exemplo, onde durante o curso deu início a um projeto de pesquisa na zona de Anchieta, no estado de Espirito Santo, Brasil, tendo com o apoio do Laboratório de Arqueologia e Conservação do Património Subaquático-IPT, sediado em Alvaiázere, descoberto a existência de dois naufrágios e iniciado o estudo dos mesmos. Como apresenta “não há nada mais gratificante, do que conhecer o nosso passado por meio de uma capsula do tempo submersa”. Vanessa Milder não deixa ainda de referir que, no que diz respeito à sua experiência no âmbito do curso de Arqueologia, Gestão e Educação Patrimonial considera um “excelente curso, os professores são professores preocupados com o ensino, e tendo em vista uma possível dificuldade de ensino à distância, eles se organizam para que o aluno consiga compreender o máximo, preocupando-se com detalhes não só dos conteúdos trabalhados em sala de aula (virtual), mas também na seleção de textos; ouvem os alunos e fazem contribuições ou/e correções. O curso é exigente, mas é exatamente isso que faz confiar e ter a segurança de que se está numa pós-graduação (especialização) que prioriza em primeiro lugar o ensino e aprendizagem o aluno.” A prática, em termos de estágio, que é desenvolvido num dos semestres, pode ser realizado no laboratório da instituição, existindo infra-estruturas cedidas pela município de Alvaiázere para o alojamento destes jovens que vêm colaborar nos projetos da região. Para quem pretende seguir e formar-se em arqueologia, aqui estão duas propostas, estando abertas as inscrições até Julho no site www.ipt.pt.