Confesso que nunca tinha assistido ás Marchas Populares do Santo António em Ferreira Zêzere. Na Avenida da Liberdade em Lisboa todos os anos é ponto assente e por vezes não há oportunidade de o dia 10 de Junho ser a um sábado e dar um “saltinho“ a Ferreira do Zêzere. Confesso que fiquei admirado pela qualidade, amor, bairrismo, dedicação de mais de 600 marchantes e pena que o largo da Câmara com muita gente, não tivesse tido a benesse de uma noite de verão e a rua principal desta Vila ser pequena para mais gente. De verdade vale a pena ir a Ferreira do Zêzere e trinta anos de marchas, já é um acumular de experiências e de entrega, na confecção do guarda roupa, dos temas, das letras e músicas, da coreografia. Um bom cartaz turístico que pena que se esgote só num dia, já que temos marchas muito bem conseguidas e tudo feito com uma subsídio que é aquele que é possível (muito menos de 30 mil euros no total) de uma autarquia que “não nada em dinheiro” e que faz a festa, lança os foguetes e consegue colocar o Sport Clube de Ferreira; a Associação de Bem estar Social de Areias, a Santa Casa da Misericórdia de Ferreira; a Freguesia da Igreja Nova do Sobral; a Casa do Povo de Ferreira (estreia nas marchas) o Agrupamento do Escuteiro CNE 988 e CRIFZ com uma marcha inédita e congregadora de cerca de 60 marchantes na sua maioria crianças e 10 músicos da Banda da Alegria, a Sociedade Filarmónica Ferreirense com 175 anos de vida e uma das mais antigas do país; a Associação Desportiva de Águas Belas e com o tema em redor do seu exlibris “ o relógio de sol” e por fim da que já foi vila e hoje é freguesia agregada a Areias as Pias, através o seu rancho folclórico. Uma iniciativa deste merece ser acarinhada por todos os ferreirenses e tomarenses, de Vila de Rei e Sertã e porque não serem convidados a virem a Lisboa através da Casa Regional de Ferreira e fazer ver á EGEAC e Câmara de Lisboa que devem serem convidadas uma ou duas marchas e na Avenida da Liberdade mostrarem a milhares de turistas que, de uma vila do interior sem grande tradição em Marchas, de longos anos, sem bairros de bairrismo e em disputa, há um povo que através de associações e instituições, trabalha e dedica-se de corpo e alma a um desafio que não envergonha ninguém, antes prestigia as “marchas populares” e a riqueza culturas de um povo na sua diversidade. Começando pela apresentação em que o vereador e homem das iniciativas culturais o vereador Hélio Antunes apresenta de uma forma apaixonada as “marchas do seu concelho” ao povo que um vila com menos de 10 mil habitantes se junta, mesmo que a noite seja fria, mas o calor humano é escaldante. Refere Jacinto Lopes presidente da Câmara “neste caminho, ao longo destes anos, cada edição é sempre um desafio. Muitas são as tarefas difíceis e exigentes para erguer uma marcha, mas ao mesmo tempo é um trabalho gratificante e gerador de valores sociais e culturais únicos, que contribuem não só para a história de cada coletividade em particular, mas de Ferreira do Zêzere no geral”. E que em 2018 siga a “marcha” a marchas do Santo António de Ferreira do Zêzere. António Freitas