O Bloco de Esquerda já pediu explicações ao Ministro da Cultura sobre o conjunto de escândalos que foi denunciado no programa «Sexta às 9», da RTP 1. Numa missiva assinada pelos deputados Jorge Campos e Carlos Matias, este último eleito pelo distrito de Santarém, são recordadas as denúncias feitas na reportagem, em especial os estragos provocados em pedras centenárias e a fogueira com cerca de vinte metros que pode ter causado impacto negativo na estrutura. Tudo isto por ocasião da rodagem do filme “O Homem que Matou D. Quixote”, uma produção internacional, com um orçamento de 16 milhões de euros.
Os bloquistas referem, então, nesse texto que «mesmo que se paguem e que se reparem os estragos, irão fazê-lo com recurso a argamassas ou remendos, ou seja os danos são irrecuperáveis. Nesse sentido, é premente apurar responsabilidades para que não se repitam situações similares que ponham em causa e em definitivo o património cultural português». O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda requer, com caráter de urgência, o contrato entre a tutela e a produção cinematográfica em causa, a lista detalhada dos danos ocorridos durante as filmagens, o estudo de impacto para a realização desta produção no Convento de Cristo e o número de especialistas da DGPC (Direção-Geral do Património Cultural) ou outros técnicos especializados na área do património que tenham sido designados para acompanhar a rodagem e o processo de produção no Convento de Cristo e respetivo programa de acompanhamento.
Entretanto, a Coordenação Concelhia do Bloco de Esquerda de Tomar, também em comunicado enviado para a Hertz, manifesta « a sua solidariedade aos que trabalham todos os dias com honestidade, competência e idoneidade no Convento de Cristo», isto a propósito das irregularidades difundidas não »Sexta às 9» sobre a bilheteira onde, foi denunciado, há funcionários que retiram “dois a três mil euros por dia” em prejuízo do Estado. O BE, no texto, «repudia este tipo de acusações, quando proferidas em “praça pública” e na defesa dos Direitos de todos os cidadãos e da Democracia, há que não alimentar a intriga e acusações ambíguas, que podem lesar a boa imagem pública dos cidadãos, devendo estas, a existirem, seguir para apuramento em instância própria, da qual se exigem resultados com rapidez, transparência e cabal esclarecimento», reforça o comunicado assinado por António Carlos Godinho.
A Hertz continua a tentar entrar em contacto com Andreia Galvão mas desde sábado que a directora do Convento não atende o seu telemóvel, pelo menos quando contactada pela nossa redacção.