Os deputados do Partido Social Democrata eleitos por Santarém questionaram o Governo e criticaram «a intromissão do poder político na definição de novos caminhos para os peregrinos», isto a propósito de uma acção de promoção dos caminhos religiosos, onde participou a Secretária de Estado do Turismo, em Tomar. O PSD refere que o problema «é que o traçado revelado elimina praticamente as tradicionais passagens por concelhos como Tomar, Vila Nova da Barquinha e a Golegã, pontos fundamentais do “Caminho primitivo” que leva anualmente milhares de turistas as estes concelhos do interior».
Esta polémica levou os deputados Nuno Serra e Duarte Marques a enviar ao governo um conjunto de perguntas que exigem esclarecimentos sobre uma estratégia que consideram “errada”. Segundo Duarte Marques, “se é importante encontrar e aproveitar sinergias entre os caminhos de Fátima e de Santiago, ao nível da segurança e da promoção, é também fundamental respeitar as suas diferenças já que têm naturezas diferentes. Não é aceitável que qualquer governo ou entidade possa alterar percursos ou caminhos que têm centenas de anos de história como é o caso dos caminhos de Santiago, isso é uma ousadia e uma intromissão inaceitável do poder político que nenhuma estratégia de comunicação pode justificar”. A junção de ambos os caminhos a partir de Santarém, alerta o PSD, «desvirtua completamente o traçado original que vem sendo percorrido ao longo de anos por milhares de peregrinos».
Nesse sentido, os deputados sociais-democratas pretendem saber se o governo confirma o apoio às iniciativas e aos novos caminhos de Fátima e de Santiago de Compostela que são agora propostos e anunciados e se o Governo está disponível para alterar o traçado e voltar a incluir o eixo Tomar, Vila Nova da Barquinha e Golegã, no percurso principal. O PSD quer, ainda, saber se estas alterações foram estas alterações coordenadas com as autarquias locais que são percorridas pelos mais diversos caminhos».