A presidente da Federação Europeia dos Caminhos de Santiago (FECS), Ana Rita Dias, disse que o número de peregrinos que atravessam Portugal tem aumentado significativamente, sem concretizar quais os valores em causa. “Há cada vez uma maior procura para fazer os nossos percursos e também foi essa questão, do aumento dos peregrinos, que levou a que se criasse a Federação Portuguesa do Caminho de Santiago”, disse Ana Rita Dias.
A também vice-presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, município que preside atualmente à FECS, falava no final de uma reunião dos membros fundadores da federação portuguesa, que decorreu em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro. A mesma responsável referiu ainda que o FECS “abraçou” o projeto de criação da federação portuguesa para que deixasse de haver “uma saturação de alguns caminhos, nomeadamente do caminho francês, e que se conseguisse dinamizar os caminhos portugueses”. Segundo Ana Rita Dias, o principal objetivo desta nova instituição será “manter os peregrinos em Portugal ainda que a fazer caminhos diferentes”, através de uma política comum de divulgação dos caminhos existentes no país.
“A ideia é canalizar mais turismo, não só para os caminhos que são mais percorridos neste momento, que são o da costa e o do centro, mas também para os outros que existem em todo o país. O peregrino de Santiago gosta de estar por todo o lado e, se numa altura faz um caminho, não quer dizer que no ano seguinte não vá fazer outro”, disse Ana Rita Dias. A presidente da FECS, que está a coordenar o processo de criação da federação portuguesa, disse ainda que outro dos objetivos será a uniformização da sinalética dos itinerários nacionais que rumam à Catedral de Santiago de Compostela. “Não será de imediato, mas ao longo do tempo iremos implementar essa sinalética nos caminhos que fazem parte da federação, para que o peregrino que percorra qualquer caminho em Portugal saiba que está num caminho português”, disse a responsável. Durante a reunião em Albergaria-a-Velha, os membros fundadores da Federação Portuguesa do Caminho de Santiago aprovaram os estatutos desta instituição que reúne cerca de 40 parceiros, entre municípios, associações e o Serviço Diocesano da Pastoral do Turismo da Diocese de Bragança – Miranda. Os estatutos terão ainda de ser aprovados pelas câmaras e assembleias municipais dos concelhos envolvidos e só depois será feita a escritura pública da criação da Federação Portuguesa do Caminho de Santiago, que deverá ocorrer durante o verão. Os Caminhos de Santiago estão classificados como Património da Humanidade pela UNESCO, em Espanha e França. Em Portugal detêm o estatuto de Itinerário Cultural Europeu. António Freitas