O Secretário de Estado da Saúde disse à margem da assinatura de um contrato-programa e três protocolos para a requalificação das extensões de saúde de Caxarias Olival, Sobral e Alburitel, que “foi por causa de Ourém que o Ministério da Saúde decidiu que qualquer utente tem a liberdade de escolher o hospital onde quer ser tratado”. Manuel Delgado foi mais longe afirmando que “Quando este Governo entrou em funções e reuni, pela primeira vez, com o senhor presidente da Câmara, percebi logo que Ourém estava a ser discriminado negativamente em termos de prestação de cuidados de saúde. Os utentes tinham de ser transportados cerca de 70 quilómetros para um outro hospital, tendo o de Leiria a pouco mais de 20 quilómetros”.
Sobre as obras de remodelação e requalificação dos edifícios das quatro unidades de saúde (a de Caxarias é propriedade do Ministério da Saúde e os outros três do Município de Ourém) têm um custo total na ordem dos 660 mil euros, suportado pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e pela Câmara de Ourém. Os procedimentos para a concretização destes trabalhos vão arrancar perspectivando-se que as obras possam arrancar nos próximos meses. Na ocasião, Paulo Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Ourém afirmou que “todos sabem que temos sido bastante combativos nas condições de saúde do concelho de Ourém”. Apesar de já ser possível ao utente de Ourém ser atendido em Leiria, Paulo Fonseca apelou ao Secretário de Estado para que os quadros daquele Hospital sejam reforçados, a fim de conseguir suportar a afluência de mais um concelho, com 45 mil habitantes. O autarca frisou que os edifícios onde estão instaladas as quatro unidades de saúde “estão muito degradados” e que as obras visam “melhorar as condições de vida” dos ourienses. “Esta é uma parceria ativa e séria, num concelho que se debate com muitos problemas de saúde, mas temos trabalhado para os minimizar: Quando assumi as funções de presidente, Ourém tinha 14 mil pessoas sem médico de família. Atualmente esse número reduziu para seis mil”.
Ao governante, Paulo Fonseca apelou também à manutenção em Fátima, entre maio e outubro deste ano, de uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV). “Vamos viver um dos grandes acontecimentos do país e do mundo. Vamos ter um milhão de pessoas. Temos desenvolvido trabalho no sentido de garantir aos milhões de pessoas uma imagem de um país moderno e competitivo. Falta-nos uma resposta, que é a instalação deste equipamento que possa reforçar a capacidade já instalada”. Terminou mencionando a pretensão municipal de se criar no norte do concelho uma unidade de cuidados continuados, apelando ao Ministério da Saúde a criação no concelho de balcões públicos de resposta às populações. Em resposta a Paulo Fonseca, o Secretário de Estado referiu que o Ministério está a fazer o possível para dotar o Hospital de Leiria de mais recursos, mas frisou que a estrutura ainda tem margem de manobra para responder aos utentes de Ourém. O responsável agradeceu ainda a disponibilidade do Município em financiar as quatro obras nas extensões de saúde, porque seria difícil para o Ministério realizá-lo. “Os cuidados de saúde primários são importantes, tendo em conta a proximidade com os utentes “. Apesar de não ter responsabilidade sobre o INEM, referiu que vai levar a mensagem da necessidade do SIV em Fátima, mencionado que a perspetiva é viável.