A Câmara Municipal de Tomar irá reunir, nesta sexta-feira, com a Agência Portuguesa do Ambiente. O encontro, que será às 17 horas, terá como ponto principal a análise do conjunto de descargas poluentes de que o rio Nabão tem sido alvo, em especial durante as últimas horas, sendo que a água se apresenta, nesta altura, com um tom característico de poluição a larga escala. Com o decorrer dos últimos meses, recorde-se, apontou-se como eventual foco poluidor a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Seiça, estrutura situada na freguesia da Sabacheira. Mas, na verdade, sucessivas análises nunca confirmaram estas suspeitas. A este propósito, a Hertz falou com António Graça, presidente da Junta, que garantiu estar atento à situação, referindo mesmo que não hesita em contactar as autoridades quando há ecos de novos episódios de poluição. António Graça aproveitou para lamentar que este assunto esteja a servir para que se aponte o dedo acusador sem provas, confessando-se como principal interessado em perceber de onde “nascem” as descargas que têm invadido o Nabão: «Desde a Mendacha até à ribeira da Sabacheira não há vestígio de poluição, a freguesia não tem qualquer responsabilidade mas sempre que há foco deste género vamos procurar o que se passa apontar o dedo é fácil mas procurar a verdade é que é complicado. Estamos em contacto com as pessoas responsáveis pela ETAR. Nunca disse que tinha havido problemas com a ETAR. Aliás, se a ETAR não estivesse na minha freguesia, estávamos dez melhor, ainda que, convém dizer, os técnicos da Estação têm sido muito cordiais e estão dispostos a receber quem quer que seja para mostrar o que se passa. Não tenho dúvidas que a APA e o SEPNA têm feito por perceber o que está a acontecer. Mas isto é algo tão rápido que quando se começa a ver vestígios na cidade já a montante se sabem as causas. Não me irão apanhar em conversas de circunstância… A mim só me interessa a verdade, pelo que terá de haver uma investigação séria. Não se pode andar a apontar o dedo sem provas. Vamos perceber de onde chega a poluição. Temos de encarar esta situação desta forma!».