No momento em que os autarcas do Médio Tejo defendem a reabertura da Base Militar Aérea de Tancos, os arquitetos do Atelier Modo, com sede no Sardoal, imaginaram o alargamento dessa infraestrutura à utilização civil e comercial e conceberam um primeiro esboço do que seria o “Aeroporto do Tejo”. A ideia de um aeroporto civil e comercial em Tancos a que os arquitetos do MODO dão agora forma é apresentada na plataforma modoarquitectos.blogspot.com. Este espaço de “ideias e diálogos” que “partem da proximidade e das referências dos lugares onde habitamos e vivemos”, no Médio Tejo, lançado agora pela empresa do Sardoal, pretende ser um sítio de “valorização do pensamento através da Arquitetura.” Aqui podem futuramente encontrar-se “visões para o território e para a região como primeiros passos para a construção de novas e transformadoras realidades”, assim refere Rui Serrano, um dos sócios do projeto MODO, a que se juntam os arquitetos Pedro Costa e Ana Barral.
O aeroporto civil e de transporte de mercadorias em Tancos “seria uma forma inevitável e óbvia de alavancar a dinâmica económica de toda região Centro do país, especialmente no Médio Tejo “, mas a implantação desta infraestrutura em Vila Nova da Barquinha representa sobretudo, para os arquitetos que a colocaram no papel, “a redefinição de um território mais vasto”.
“A centralidade geográfica de Tancos (fica apenas a 40 minutos do centro geodésico de Portugal, em Vila de Rei), mas especialmente a proximidade com o nó ferroviário central do Entroncamento, com o suporte relevante da rede de autoestradas e itinerários principais (A13 e A23, sendo que a A23 fica apenas a 200 metros), mas também a plataforma logística em Riachos”, são condições que estes arquitetos consideram “privilegiadas e auxiliadoras” da fixação do aeroporto em Tancos.
Eixo estratégico: Tancos – Entroncamento: O facto da Estação Ferroviária do Entroncamento, e das ligações nacionais e internacionais que facilita, ficar apenas a seis quilómetros do Aeroporto do Tejo é a situação a que os arquitetos recorrem em primeiro lugar, para sustentar esta ideia e argumentar sobre “o potencial de concretização real deste projeto”. Começam pelo entreposto de transporte de mercadorias que podia estabelecer-se entre Tancos e Entroncamento/Riachos, “plataforma importante de incentivo e apoio às empresas e indústrias da região, como é o caso das que operam no setor automóvel, dos curtumes e têxteis, da exploração florestal, da madeira, do mobiliário e do papel, algumas delas com elevada penetração no mercado internacional”.
Os arquitetos lembram ainda a componente habitacional que se desenvolve à volta da Estação Ferroviária do Entroncamento, pela proximidade e ligação direta à capital portuguesa, “fator a considerar e integrar na dinâmica que o Aeroporto do Tejo traria a este universo”. A empresa de arquitetura MODO, constatando o significativo crescimento do Turismo em Portugal, “encontra nesse dado mais uma razão de peso para a instalação do aeroporto em Tancos”. Recordam que Fátima, onde se esperam este ano oito milhões de visitantes, fica a 20 minutos de distância. A Rede do Património Mundial da Humanidade da UNESCO encontra-se maioritariamente no Centro do país, como é caso do Convento de Cristo, em Tomar, do Mosteiro de Alcobaça, do Mosteiro da Batalha e da Universidade de Coimbra. Mais perto ainda se encontra também o Castelo de Almourol. Os arquitetos estimam que o investimento na reabilitação e criação da infraestrutura seria de 18 milhões de euros.