Início CULTURA VILA NOVA DA BARQINHA – Exposição ANIMA MEA, de Alexandre Conefrey

VILA NOVA DA BARQINHA – Exposição ANIMA MEA, de Alexandre Conefrey

A exposição “ANIMA MEA”, de Alexandre Conefrey, vai estar patente na Galeria do Parque de Escultura Contemporânea Almourol (PECA), em Vila Nova da Barquinha, entre 15 de outubro de 2016 e 14 de janeiro de 2017.

Comissariada por João Pinharanda, a exposição explora o confronto do artista com uma cadeia de impossibilidades do mundo interior e exterior, material e espiritual.

Desde sempre a sua obra apresentou uma forte presença de elementos bélicos estetizados de uma forma muito precisa, e por trabalhar com minúcia a aguarela e o guache, por vezes próximos da iluminura. A violência presente na sua obra surge agora, explicitada nos próprios gestos de trabalho.

Alexandre Conefrey nasceu em Lisboa em 1961, onde vive e trabalha. Fez o curso de desenho no Ar.Co, em Lisboa entre 1993 e 95 e foi bolseiro no Royal College of Art, em Londres.

Já apresentou as suas obras em várias exposições individuais, como por exemplo Mockingbird, Casa Museu Nogueira da Silva, Galeria do Jardim, Braga, 2014; Plus, Galeria Miguel Nabinho, Lisboa, 2013; To cut a long story short, Giefarte, Lisboa 2012; Hide and Seek, Galeria Pedro Cera, Lisboa, 2004; Andrew Mummery Gallery, Londres, Reino Unido, 2000; Fundação Calouste Gulbenkian, Paris, 1999; Galeria Alda Cortez, Lisboa 1996.

Participou também em exposições coletivas como Animalia e Natureza na Coleção do CAM, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 2014; Abecedário – 40 Anos do Ar.Co, MNAC- Museu do Chiado, Lisboa, 2013; Traços, Pontos e Linhas_desenhos da Coleção António Cachola, Museu de Arte Contemporânea de Elvas, Elvas, 2012; O Fio Condutor: Desenhos da coleção do CAM, CAM, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2010; Guardi – A Arte da Memória, Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2003; EDP Arte, Prémio Desenho/ Prémio Pintura – II edição, Fundação de Serralves, Porto, 2001, entre outras.

As suas obras estão presentes em diversas coleções: AR.CO; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; CAM, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Coleção António Cachola; Ministério dos Negócios Estrangeiros; Fundação Carmona e Costa; Coleção de Arte Fundação EDP; e diversas coleções privadas.
“Estes desenhos de Alexandre Conefrey continuam a sua profunda pesquisa em torno do uso dos materiais, de certos temas ou ainda de novas formas de representação. Assistimos ao uso intenso do material mais básico do desenho (o carvão) e ao desafio dos limites máximos das suas possibilidades expressivas. O material satura as superfícies, é esmagado sobre a folha com uma força que parece excessiva. Mas, nessas manchas aparentemente caóticas, por vezes fugindo do centro da esquadria, outras ocupando-a na totalidade, outras ainda estabelecendo em vertigem os pontos de fuga da imagem surpreendemos o aparecimento de imagens reconhecíveis. São formas definidas por uma grelha que, embora distorcida, nos devolve repetidamente essas imagens – ou melhor, dos seus fragmentos.
O artista vai buscar a um dos autores mais importantes da história da arte e a temas significativos da sua obra, da cultura ocidental ou da realidade local, as duas formas que apresenta. O artista é Breughel, pintor flamengo do séc. XVI; as formas são a torre e o moinho. Se a torre é universal, na citação que faz à bíblica Torre de Babel que pretende figurar, o moinho tem o sabor local dos moinhos flamengos e holandeses.
Devemos focarmo-nos neste jogo de sentidos (quase de oposição) entre o mito representado pela Torre (desafiadora de Deus, causa da dispersão dos homens e das línguas e nunca acabada) e o Moinho, ele também uma torre, ele também na linha dos mitos (a agricultura, o pão, … ) mas dominado por uma razão prática (a da indústria humana) e uma necessária utilidade. E focarmo-nos, também, no modo como o gesto do artista se estrutura a partir da disciplina exterior das imagens citadas, da vontade de as representar e de as devolver aos espectadores segundo a lógica da única possível condição individual e contemporânea: o fragmento (e considerando também a sua alma como fragmento).”
João Pinharanda
Paris, 25 Setembro 2016

A iniciativa é fruto da parceria do Município de Vila Nova da Barquinha com a Fundação EDP, no âmbito do projeto PECA (www.barquinhaearte.pt). A Fundação EDP é consultora artística, comissária e mecenas deste espaço único em Portugal que reúne obras de Alberto Carneiro, Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho. Um projeto local, com dimensão nacional e potencialidades de projeção internacional.

Galeria do Parque
Edifício dos Paços do Concelho de Vila Nova da Barquinha
Horário:
Quarta, quinta e sexta-feira 11:00 às 13:00, 15:00 às 18:00
Sábado e domingo 15:00 às 18:00
Encerra à segunda e terça-feira

Entrada gratuita