É discutível se a Padroeira da cidade de Tomar é Nª Srª da Piedade ou Santa Maria dos Olivais. Que sejam uma ou outra, pois a Mãe dos homens é só uma. Como só uma deveria ser a força, congregando forças conjuntas e, este Círio que percorre algumas ruas de Tomar e sobe ao “monte sagrado” de vista grandiosa sobre esta linda cidade, não fosse; a Festa Grande dos Tomarenses, mas a segunda festa anual, sempre no segundo fim de semana de Setembro! A primeira referência, pelo menos nos Anais do Município de Tomar, datam do ano de 1881- “ Realizaram-se em 1 de Setembro, com música vocal e instrumental, havendo à tarde fogaças. Na véspera houvera fogo de artifício. Música e dois balões. Desconhecem-se as verdadeiras intenções desta festividade. Se tinha um cunho caritativo como a Festa de S. Gregório se era uma marca tão-só religiosa que as vendas e donativos se destinavam à manutenção dos espaços religiosos”
Cem anos depois, ou mais de cem anos, e tendo já assistido “neste reinado paroquial do Padre Mário” as várias edições do Círio registo:
– A procissão foi digna bem participada, com muita charrete, cavalos e cavaleiros, burros com crianças, fogaças e dignas fogaceiras. Pessoas a cumprir promessas
– Toda a avenida desde a Estrada de Leiria, casal das Atalaias e Nª Srª da Piedade devidamente limpa e com piso novo que até dá gosto
– Missa campal muito participada
– Capela ricamente enfeitada com flores naturais, um tapete de verdura recebia os fiéis
Porém uma trabalheira da Comissão de Culto de Nª Srª da Piedade para durar tão pouco tempo?
Após a missa a debandada e muito nem à missa assistiram e, estranho onde estavam os comes e bebes, as barraquinhas ( para além das bancas dos bolos)?
Afinal o Círio foi só e só uma procissão?
Uma ida ao monte tipo “toca e foge” e todo o espírito que Nini ferreira descreveu e defendia não se concretizou de, neste local lindo e onde muitos tomarenses só vão uma vez por ano, ser o dia de festa, de convívio. Será que Tomar só tem animação de noite?
E se dúvidas houvesse à tardinha pelas 16H00 regresso à capela e que encontro seis senhoras e dois homens, todos tomarenses; dentro da mesma, parte dos ombreiros deste círio, sós a olhar para as duas imagens, a real e antiga lá no altar e aquela oferecida e que vai na procissão ( que quase nãos e vê) e perante este cenário de um dia de festa, não ter passado de algumas horas, deu-me vontade de chorar!
Pergunto a quem deu tanto, e, questiono “porque não há arraial, animação, som, iluminação, comes e bebes?”
– Olhe Freitas pergunte ao padre Mário!
– Ao padre Mário?
– Sim que o Círio seria para angariar fundos, ser rentabilizado, pois temos que pagar aso gaiteiros; à Filarmónica que não havia nenhuma no concelho disponível e, temos despesas, muitas despesas – repondem!
Não acredito, nem poderei acreditar pois sei a força impulsionadora que o Padre Mário sempre nos transmitiu nas nossas festas da aldeia; das vezes que promoveu a organização da festa de Alviobeira de catapultar a festa da Portela da Vila de ressuscitar a festa de Nª Srª das Lapas! Alguma coisa se passa nesta cidade e há que juntar forças e unir esforços e, mesmo sem os altos subsídios que em tempos a Câmara dava para este Círio a festa é do povo e o povo tem que se unir afinal em torno da Padroeira da Cidade como o cartaz refere “ Nª Srª da Piedade – Padroeira de Tomar”. Voltar a ser aquela festa religiosa e popular com arraial lá no “monte sagrado”, colchas nas janelas, pétalas a esvoaçar, uma réplica da padroeira à altura ( há que comprar como fez como santa Iria) , uma só formação de cavaleiros e não duas ou três unidades de cavalaria, o povo logo atrás da banda (que tem que ser obrigatoriamente da cidade ou as duas bandas da cidade) e não atrás das charretes, o povo amedrontado, atirado para trás a pisar cagalhões de burros e cavalos; como erradamente se iniciou a procissão, desfile com respeito e devoção e não uma caminhada. Gaiteiros lá bem na frente, e não so cavalos da GNR que deveriam ir atrás ( e cavalos em medo dos tambores) uma formação dos nossos soldados da paz; as fogaças e as alegres fogaceiras; os burros, os nossos autarcas do concelho, as paróquias ( e pelo menos por obrigação a, representação a Câmara e junta de freguesia local).
E porque não os ranchos do concelho; os artistas do concelho – a prata da casa?
A Câmara e junta em parceria a ajudar e colaborar e, se a Comissão não tem meios humanos disponíveis entregar a exploração os bares ao Sporting de Tomar, ou ao União, aos Forcados Amadores de Tomar ( que não tem que transportar andor da imagem, quanto muito os jovens ou os bombeiros. O Círio não é a Virgem de Alcamé, nem estamos na Moita)
O Círio de Nª Srª da Piedade tem que voltar a ser a segunda festa religiosa depois da festa dos tabuleiros!
Um produto turístico/religioso!
Tem mais valia e sei, todos sabemos que, se todos se sentarem à mesa, o padre Mário será uma das mais valias e um líder incontestável em promover e fazer uma grande evento, pois disso já deu mais que provas. Afinal em Tomar, que se une para fazer uma Festa única a dos tabuleiros – também se saberá unir para fazer um grande círio e pelo menos três dias de festa, com peditório e leilões; que ajudem a despovoar o povo das aldeias – porque os citadinos mais modernos, esses é mais difícil integrá-los em tradições antigas e não vão jamais alinhar em quintinhas, ou “hortinhas urbanas” que em Tomar, é muito nosso e cada uma gosta de ter uma! António Freitas