Infelizmente, nada nem ninguém irá devolver a vida ao pequeno Timóteo Claro, que faleceu no Domingo, na sequência da queda de um muro. Aconteceu em Além da Ribeira, freguesia de Madalena/Beselga. Ainda assim, convém recuar no tempo e perceber a forma como se desencadeou o socorro à criança, sendo que na altura causou estranheza o facto de ter aparecido uma ambulância INEM dos bombeiros de Ourém… quando a tragédia ocorreu no território nabantino, onde há uma corporação bem mais perto para o socorro de quem necessitava.
Socorro terá demorado cerca de 40 minutos (!)… e não há INEM em Tomar há dois meses – Em todo este triste processo, a Hertz registou queixas de alguns testemunhos que dão conta do atraso do socorro. Há quem tenha falado mesmo em cerca de quarenta minutos, um período de tempo que se pode explicar porque, efectivamente, foram os bombeiros de Ourém a ser chamados a Além da Ribeira e ainda pelo facto de que a ambulância Suporte Imediato de Vida não estava no Hospital de Tomar e, por isso, também terá tardado na resposta.
Convém, agora, explicar os motivos pelos quais os bombeiros de Ourém foram chamados quando a opção por Tomar seria infinitamente mais rápida. E a resposta centra-se, em primeira instância, numa aparente «falha de transmissão de dados por parte do Centro de Orientação de Doentes Urgentes». Assim lamentou fonte ligada a este processo. Depois, pasme-se (!), a corporação dos bombeiros nabantinos está novamente órfã da ambulância INEM, outra vez avariada… e já lá vão quase dois meses. A gestão de recursos do Instituto Nacional de Emergência Médica continua, desta forma, sem resolver um problema que se arrasta desde o ano passado e que envolve um veículo com um histórico “arrasador” em termos de avarias.
Nesta altura, a corporação dos bombeiros de Tomar dispõe de outras três viaturas de socorro que, triste coincidência, estavam em serviço na fatídica noite de Domingo. E basta recordar que, por exemplo, uma ambulância que segue para a urgência de Abrantes demora, no mínimo, duas horas a “regressar à base”, entre viagens, assistência ao paciente, entre outros procedimentos. Perante a impossibilidade de Tomar, o CODU decidiu, então, chamar Ourém mas, aqui, segundo a mesma fonte com quem a Hertz falou, também deveria ter sido solicitada a assistência inicial dos bombeiros nabantinos ainda que fossem noutro veículo sem condições para transporte de doentes urgentes. Mas, pelo menos, teria sido prestada uma assistência mais adequada até à chegada dos meios convocados para o local.
Importa sublinhar que a Hertz pediu esclarecimentos ao INEM sobre esta situação, sendo que ficou prometida uma resposta para esta quarta-feira.