Até 29 de julho está a decorrer a quarta campanha de escavação arqueológica no Castelo de Abrantes, no âmbito do projecto “Evolução da ocupação humana no Castelo de Abrantes-CAST.AB. 2013-2016”, aprovado em 2013 pela Direção-Geral do Património Cultural. O objectivo definido para esta intervenção é aperfeiçoar o conhecimento da topografia da muralha do povoado da Idade do Bronze Final bem como da muralha medieval e ainda encontrar mais dados sobre a construção do atual Palácio dos Governadores.
Nas três campanhas de escavação que antecederam a presente, entre 2013 e 2015, foram identificadas várias etapas de ocupação da área do Castelo, nomeadamente: foi confirmada a presença de um povoado de altura amuralhado da Idade do Bronze Final (sécs. XII- VIII a.C.) onde chegaram cerâmicas fenícias no início da Idade do Ferro (séc. VII a.C.); identificou-se uma pequena área ritual romana debaixo da Igreja de Santa Maria do Castelo; foi encontrada a base de uma torre islâmica em adobe associada a uma reconstrução da muralha proto-histórica ao redor do séc. XI d.C.; descobriram-se vestígios de uma casa medieval e foram identificadas obras militares dos sécs. XVII (Guerra da Restauração) e do séc. XIX (Guerra Peninsular).
O projeto, coordenado pela Câmara Municipal de Abrantes, conta com a parceria científica do Grupo “Quaternário e Pré-História” do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, do Instituto Politécnico de Tomar e do Instituto Terra e Memória. Os trabalhos em curso contam com a participação de alunos do ensino superior, nomeadamente dos cursos de Arqueologia da Universidade de Coimbra e da Universitá degli Studi di Genova (Itália) e do curso em Restauro e Conservação da Universidade Nova de Lisboa. Com estes contributos científicos prossegue o trabalho continuado de valorização do património cultural abrantino e de sistematização do estudo das descobertas mais recentes.