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CHAMUSCA – Ecoparque do Relvão na Chamusca é o mais importante cluster ambiental a nível nacional

Quem o disse foi próprio Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins na conferência organizada pela NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém e pelo Município da Chamusca, no passado dia 24 de maio, sobre o setor dos resíduos. A conferência – a primeira desta iniciativa que se pretende anual – surgiu devido à necessidade de debater publicamente as políticas ambientais e procurar soluções para o Ecoparque do Relvão, infraestrutura criada na freguesia da Carregueira, Chamusca, quando mais nenhuma região do país quis acolher uma incineradora, e que hoje é o principal empregador do concelho, albergando mais de 500 postos de trabalho. O contributo do setor dos resíduos para o desenvolvimento regional, oportunidades de diferenciação regional, interclusterização regional e sustentabilidade financeira do setor dos resíduos foram os quatro tópicos centrais desta primeira conferência, denominada este ano “Agendas Locais para a Gestão dos Recursos”.
Maria Salomé Rafael, Presidente da Direção da NERSANT esteve presente na sessão de abertura, onde foi realizada uma abordagem macro associada ao setor dos resíduos para o desenvolvimento regional na vertente social, económica e ambiental. A dirigente da NERSANT afirmou que fomentar o debate público sobre as questões ambientais e o Ecoparque do Relvão é absolutamente fundamental. “O número de postos de trabalho já criados, a expetativa de novas empresas se poderem vir a instalar e a gerar mais emprego e mais riqueza mas, acima de tudo, o importante serviço público que se Ecoparque do Relvão presta ao ambiente, obriga-nos a olhar para esta infraestrutura com atenção. O país necessita do Ecoparque do Relvão, mas também o Ecoparque necessita que o Governo e as demais entidades olhem para aquele espaço com responsabilidade. É necessário que se avancem com medidas concretas e com os investimentos necessários, de forma a que o Ecoparque possa cumprir na sua plenitude os objetivos para que foi criado, sem comprometer a segurança e o bem-estar das populações do concelho da Chamusca e concelhos envolventes”, preveniu.
A Presidente da NERSANT avançou ainda que há poucos meses, a Comissão Europeia aprovou um novo pacote legislativo, com o objetivo de levar as empresas e os consumidores a adotarem este novo modelo económico, que caminha neste sentido. “Para que os diferentes estados membros e as empresas possam operar estas mudanças, que exigirá, entre outras coisas, elevados investimentos em investigação e inovação, foram anunciados apoios financeiros por parte dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, Horizonte 2020 (com 650 milhões de euros) e ainda por 5,5 mil milhões de euros de fundos estruturais para a gestão dos resíduos e por investimentos na economia circular a nível nacional. A expetativa da União Europeia, e a nossa também, é que a transição para este modelo de economia sustentável e eficiente seja também uma oportunidade económica de crescimento, que possa alavancar novos negócios e que potencie a criação local de empregos”, revelou.
Por outro lado, o Presidente da Câmara Municipal da Chamusca, Paulo Queimado referiu que o crescimento do Ecoparque do Relvão está condicionado devido às insuficientes vias de comunicação aqui existentes. “A melhoria das acessibilidades dos camiões, com a construção do IC3 e da nova ponte, conforme nos foi prometido aquando da construção do Ecoparque, é uma questão essencial para o desenvolvimento regional e para aproveitar ao máximo todo o potencial esta infraestrutura.” Carlos Martins, Secretário de Estado do Ambiente, começou por referir que o Ribatejo “é uma região com uma capacidade empresarial notável” e que o Ecoparque do Relvão na Chamusca “é o mais importante cluster ambiental a nível nacional”. Reconheceu, no entanto, que “é necessário casar economia e ambiente”, e afirmou que “um resíduo é algo que tem valor e que devidamente gerido pode criar riqueza”. Adiantou ainda que “em breve haverá novidades relativamente ao prolongamento das licenças dos CIRVER para garantir mais estabilidade e confiança”.
Quanto à problemática das acessibilidades levantada pelo Presidente do Município, o Secretário de Estado do Ambiente foi bem claro: “O Ministério do Ambiente está empenhado em trabalhar com o Ministério das Infraestruturas no sentido de se reforçar a rede viária e garantir a competitividade do Ecoparque”, fez saber Carlos Martins. “Agendas Locais para a Gestão dos Recursos” foi o tema deste primeiro evento e que se centrou no desenvolvimento de quatro temáticas principais, como o contributo do setor para o desenvolvimento regional, oportunidades de diferenciação regional, interclusterização regional e sustentabilidade financeira do setor dos resíduos. Foram ouvidos os contributos de importantes especialistas e entidades do setor, tais como Luís Nobre Guedes e Paulo Lemos, respetivamente antigo Ministro e Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Lopes de Sousa, Presidente do AgroCluster Ribatejo, Jorge Pulido Valente, da CCDR Alentejo, António Veiga Simão, da CCDR Centro e Fernando Ferreira da CCDR LVT. Também Luís Veiga Martins, Diretor Geral da Sociedade Ponto Verde, Ismael Gaspar, Presidente da Empresa Geral do Fomento, Paulo Graça, da Associação para a Gestão de Resíduos, Manuel Simões, do Cirver Ecodeal, empresa instalada no Eco Parque do Relvão, e Filipe Serzedelo, da Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente. No final da conferência, que contou com a participação de mais de 100 pessoas, ficou desde logo a promessa de regresso do evento “a 04 de maio de 2017”.