A disciplina da cidadania da Universidade Sénior de Ferreira do Zêzere é ministrada por Fernando António Mártires Lopes, licenciado em direito; nascido em Goa e hoje aposentado que dedicou a sua vida profissional na administração central, regional e local e só com o ministro da república da Madeira contabilizou 10 anos. Em Ferreira, ficou conhecido nas suas funções como chefe de gabinete do presidente da Câmara ( que o louvou quando cessou funções na sua aposentação) mas mais pelo seu trabalho, já que fruto da sua dedicação e conhecimento, transformou Ferreira durante 4 ou mais anos, na “pátria das conferências” e levou até Ferreira, juízes desembargadores, padre como Padre Feytor Pinto, o agora presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, Prof Freitas do Aamaral, António Vitorino, ex-primeiras damas, ou seja em salas sempre cheias, Ferreira recebeu quem jamais pensaria receber em conferências. Em suma um trabalho notável de dedicação a uma terra que hoje é sua por opção de vida!
A Universidade Sénior é uma das suas paixões e claro a disciplina de “Cidadania”.
Daí que aproveita sempre a oportunidade para levar os seus 11 alunos a locais a quem mesmo quem viveu e trabalho sempre em Lisboa jamais visou ou visitaria e assim desde o Palácio de Belém e o agora Tribunal da Relação de Lisboa, seja temas de visitas didáticas e de conhecimento. É sempre um prazer acompanhar uma visita!
Fernando Lopes conhece “outro mundo” o mundo da gente da cultura, artes, justiça e, almoçar com ele num restaurante goês ( já que é um defensor da sua cultura e gastronomia) e na companhia de há dias com o juiz desembargador jubilado do Supremo Tribunal de justiça – António Bernardo Colaço, é sempre enriquecedor, para um jornalista.
Nesta visita ao tribunal da Relação, sermos recebidos pelo seu 82º presidente o Dr. LUÍS MARIA VAZ DAS NEVES que na sua simplicidade e simpatia de um homem nascido em Miranda do Douro, é um prazer!
Ele mesmo foi cicerone da visita, e explicou ficou o funcionamento deste Tribunal, onde não entram os réus nem as testemunhas e fez a resenha deste edifício histórico, situado na Rua doo Arsenal.
Depois além de se ficar a conhecer o homem que iniciou a carreira como juiz de Direito na comarca de Montemor-o-Novo (1983-1985), que anos mais tarde em Lisboa, desempenhou as funções de juiz-presidente no denominado “Processo das FP 25 de Abril”; que foi conselheiro jurídico na Missão Permanente de Portugal junto das Nações Unidas, em Nova Iorque e que foi nomeado juiz desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa (2000) eleito por duas vezes eleito pelos seus pares presidente desta instituição, é conhecer o homem que é autor de vários relatórios e pareceres e vice-presidente da Associação de Língua Mirandesa, a língua que nos refere “ aprendi a falar primeiro que a língua portuguesa”.
Ou seja a segunda língua oficial portuguesa, tem ali um seu grande “pai” e defensor. Depois ainda como orgulho, de igual modo e como tomarense “nesta casa” foi conhecer a tomarense e Secretária do Sr. Presidente – Cecilia Dias Pereira Vinhas – Técnica de Justiça. Um dia marcante, enriquecedor, que deu a conhecer um importante Tribunal e a personalidade de um homem que vive o seu – mirandês; a língua falada no Nordeste de Portugal, já desde antes da fundação da nacionalidade. Apesar de apenas em 1999, com a lei nº 7/99, de 29 de Janeiro, o mirandês ter sido oficialmente reconhecido como língua, Portugal foi sempre um país bilingue, embora até há bem pouco tempo fosse apresentado como o único país monolingue da Europa.
António Freitas