A Polícia de Segurança Pública, no âmbito das suas atribuições de combate à criminalidade itinerante, nomeadamente os furtos em interior de residência, tem desenvolvido, através da sua estrutura de investigação criminal, inúmeras ações disruptivas nos últimos anos, especialmente focadas no combate ao furto em interior de residências. No primeiro semestre de 2025, a PSP efetuou 66 detenções (registo igual ao do período homólogo de 2024) e registou uma diminuição de 3,9% do número de ocorrências desta prática criminal, comparativamente com o período homólogo de 2024. O crime de furto em interior de residência, representa para a PSP uma prioridade para efeitos de prevenção e investigação, pelos mais diversos motivos, entre os quais o impacto que tem no sentimento de segurança dos cidadãos. Trata-se de um fenómeno que, para além de lesar o património, origina no proprietário/usufrutuário um sentimento de violação da sua privacidade, sendo também especialmente censurável para a maioria dos sistemas jurídicos, nos quais se inclui o português.
O Serious And Organised Crime Threat Assessment (SOCTA) 2025, elaborado pela EUROPOL, refere o crescente impacto que os grupos organizados e itinerantes têm na criminalidade contra a propriedade. A principal ameaça decorre destes grupos criminosos que viajam de região para região e de país para país, com o objetivo de perpetrar este tipo de crimes, visando moradias e apartamentos, geralmente mantendo os mesmos métodos de introdução nas habitações. O acompanhamento contínuo, ininterrupto e quase em tempo real que é efetuado ao nível da análise criminal sobre esta matéria, tem permitido adquirir e consolidar conhecimento sobre os principais modus operandi e características dos grupos que se dedicam ao furto em interior de residência e, com isso, habilitar a PSP a tomar decisões informadas, não só ao nível da prevenção criminal, mas acima de tudo na investigação criminal.
Neste sentido, a PSP atribui especial atenção e preocupação a furtos associados a residências, que, na maioria dos casos, são consumados através dos seguintes modus operandi:
· Furto em interior de residência com arrombamento, escalamento ou chaves falsas
o Arrombamento de portas, fechaduras e janelas, recorrendo ao uso de gazuas, ferramentas ou ácido;
o Escalamento de andares, varandas e janelas.
· Furto em interior de residência sem arrombamento, escalamento ou chaves falsas
· Furto em área anexa a residência
Tem-se verificado uma diminuição gradual ao longo dos últimos anos no que respeita ao número de ocorrências registadas de furto em interior de residência. No 1.º Semestre de 2025, foi registado um total de 2521 crimes desta tipologia, traduzindo-se numa diminuição de 3,9% (menos 103 ilícitos registados) comparativamente com o 1.º semestre de 2024, onde a PSP registou 2624 ilícitos criminais relacionados com furtos em interior de residência.
Do ponto de vista preventivo, a PSP aconselha a população a:
· Fechar e trancar devidamente a porta da habitação sempre que sair de casa;
· Ao sair do seu prédio certificar-se sempre que a porta de acesso ao edifício fica devidamente fechada;
· Ter igualmente atenção a portas ou portões de acesso às garagens dos condomínios e à importância de permanecerem devidamente fechadas, sobretudo se se tratar de portas e portões exteriores;
· Manter alguma roupa estendida ou recorrer a algum tipo de iluminação de presença que permita dar a entender que possa estar algum morador no interior da residência;
· Não divulgar nas redes sociais as suas rotinas diárias, bem como os períodos de ausência de sua casa;
· Não ter em casa grandes quantias de dinheiro e manter as joias guardadas em cofres; e
· Anotar dados sobre pessoas ou veículos suspeitos que detete na sua rua e transmitir essas informações à PSP;
· Comunicar à Polícia qualquer situação suspeita de que se aperceba junto à sua residência ou à residência dos seus vizinhos, ajudando-nos a garantir mais e melhor segurança.
