A Comissão Política de Tomar do Partido Social-Democrata emitiu um comunicado, ao final da tarde desta terça-feira, onde analisa a actual situação na Câmara nabantina, em especial as questões polémicas relacionadas com o ex-chefe de gabinete e agora técnico de informática, Luís Ferreira, bem como a mudança no cargo de vice-presidente da autarquia, com a despromoção de Rui Serrano e “subida” de Hugo Cristóvão. No texto que foi enviado para a redacção da Hertz, o PSD refere que «foi confirmada, por outro lado e infelizmente, a existência de práticas e de comportamentos reprováveis (…) de compadrio e de aproveitamento das circunstâncias por parte do Partido Socialista que apadrinha um personagem que ocupou ate recentemente, sem ética e com duvidosa legalidade, posição de destaque na administração da Câmara e na chefia (do gabinete) da sua Presidente».
O comunicado “recua” até à reunião de Câmara desta segunda-feira para referir que houve um «triste desempenho dos membros da Coligação PS/CDU, a qual, aparentemente aliás, já não existe». Face a isto, refere o PSD, «conclui-se que Tomar perdeu dois anos, numa fase da vida nacional e do município em que é urgente aproveitar oportunidades existentes». As críticas são reforçadas quando se diz que «esta gestão, com o historial de compadrios, de incapacidades e de ineficiências que apresentou até agora e que foram plenamente confirmados, vai-se arrastar até 2017, continuando infelizmente a prejudicar e a entravar o desenvolvimento de Tomar e do Concelho».
Eis o restante texto da autoria do PSD: «Mas vamos aos factos. Na reunião do executivo camarário realizada no passado dia 4 de Janeiro, o anterior vice presidente Rui Serrano, eleito pelo PS, renunciou aos pelouros que lhe haviam sido atribuídos, passando assim a regime de não permanência. O Vereador da aliada CDU disse que “não aceitará quaisquer novas delegações de competências e que a CDU passará a apresentar as suas próprias propostas em reunião de Câmara e de Assembleia Municipal e tomará posições autónomas nas reuniões de Câmara e da Assembleia Municipal face a propostas e posições apresentadas pelas diferentes forças políticas presentes nestes órgãos”. Nessa reunião, o vereador da CDU tornou público aquilo que a Senhora Presidente havia omitido a uma interpelação de um vereador do PSD: está confirmado que o senhor Luís Ferreira, seu antigo chefe de gabinete, irá entrar para o quadro de pessoal do Município de Tomar, através de um procedimento de mobilidade.
Com efeito, temos agora uma Câmara governada apenas por Anabela Freitas e pelo seu novo Vice Presidente Hugo Cristóvão, apoiados circunstancialmente pelo vereador da CDU que, apesar de tudo, continua a fazer parte da coligação. Temos uma câmara espartilhada, limitada, desorganizada, sem rumo e sem projectos para o concelho de Tomar. Continuamos a ter, face às declarações prestadas pelo vereador da CDU, aquilo que o PSD desde sempre denunciou: Que afinal quem gere a Câmara Municipal é o antigo Chefe de Gabinete, que agora vai ocupar o cargo de Técnico de Informática do Município, talvez acumulando, de forma tácita, o cargo de chefe de gabinete e de presidente na “sombra”, divertindo-se nas redes sociais a ofender os autarcas do PSD, no exercício das suas funções. Estranhamos que a CDU continue a suportar a coligação, mantendo os pelouros que lhe foram atribuídos, corroborando assim com esta situação. Esperamos e desejamos que esta situação não agrave mais os prejuízos que esta coligação PS/CDU tem trazido para o concelho de Tomar, sendo certo que os cidadãos de Tomar podem continuar a esperar do PSD uma oposição séria, construtiva, atenta e dinâmica, na defesa intransigente dos interesses coletivos da “nossa” terra».