Os ânimos exaltaram-se na Assembleia Municipal Extraordinária que Tomar dedicou à análise do 25 de Novembro de 1975. Depois de uma primeira sessão falhada, por falta de quórum, eis que, neste 2 de Dezembro, houve registo para nova falta de comparência das bancadas do Partido Socialista, da CDU e do Bloco de Esquerda, sendo que os Independentes do Nordeste, desta feita, se fizeram representar por um substituto de Américo Pereira, ainda com justificação médica. A maior novidade foi, precisamente, a presença de Hugo Cristóvão, presidente da Câmara, o único representante do executivo socialista. Como esperado, PSD, CDS e Chega voltaram a criticar a atitude da bancada contrária. Por exemplo, António Lourenço dos Santos, eleito dos sociais-democratas, acusou Hugo Cristóvão de ter desonrado o Município, considerando que se o 25 de Abril resultou em liberdade, o 25 de Novembro garantiu a democracia. Américo Costa, eleito pelo Chega, disse que o 25 de Novembro «deve ser tratado como o 25 de Abril», lamentando que o dia «histórico» seja «votado ao esquecimento». Francisco Tavares, do CDS, confessou ter passado por diversos estados de alma perante o sucedido nos últimos dias, reforçando que procurou toda a informação possível em torno do 25 de Novembro de 1975. Hugo Cristóvão, presidente da Câmara de Tomar, quis deixar claro que marcou presença nesta sessão para que a mesma se pudesse realizar, dando como exemplo o que aconteceu, recentemente, em Lisboa.