Tomar, a cidade histórica situada no centro de Portugal, é mais conhecida pela sua associação com os Cavaleiros Templários. Com o seu imponente Convento de Cristo e ruas medievais, Tomar é um local onde o tempo parece ter parado. Os seus caminhos empedrados e a arquitetura antiga ainda ecoam os dias dos Templários, que em tempos governaram esta região na Idade Média. Mas para além da sua história militar e religiosa, Tomar era também provavelmente um centro da vida quotidiana, incluindo atividades de lazer – entre elas, o jogo.
Na Europa medieval, o jogo era um passatempo comum apreciado tanto pela nobreza como pelo povo. Os jogos de azar eram frequentemente jogados em tabernas, mercados ou durante festivais, com apostas que variavam entre pequenas moedas até objetos valiosos. Tomar, uma cidade movimentada durante o auge da influência dos Templários, não era alheia a tais atividades. A proeminência da cidade como centro de comércio e defesa teria feito dela o cenário ideal para estes jogos animados e de alto risco.
Durante a Idade Média, muitos dos jogos de azar eram simples mas emocionantes, muitas vezes baseados em dados ou cartas rudimentares. Um jogo popular foi o Hazard, um precursor dos dados modernos, em que os jogadores apostavam no lançamento de dados. Outro jogo muito difundido foi o “knucklebones”, em que os jogadores usavam ossos de animais ou pedras como valetes, apostando nos resultados. A excitação e a tensão destes jogos proporcionavam, sem dúvida, uma pausa nas dificuldades da vida medieval. Embora estes jogos teriam sido super divertidos na época, alguém poderia ter imaginado que agora, todos os jogos com que poderia sonhar estariam disponíveis nos populares casinos online?
Os jogos de cartas também estavam em ascensão, especialmente na parte final da Idade Média. As primeiras versões das cartas de jogar provavelmente chegaram à Europa do mundo islâmico durante o século XIV e rapidamente ganharam popularidade. Jogos como o póquer e primeiro, um antepassado do póquer moderno, começaram a ser jogados tanto nas cortes nobres como nas tabernas. Em Tomar, viajantes e comerciantes de terras distantes terão introduzido estes jogos, acrescentando uma camada extra de intercâmbio cultural à já diversificada população da cidade.
Curiosamente, embora o jogo fosse muito apreciado, não foi isento de detratores. Tanto a Igreja como o Estado tentaram regular e até proibir certas formas de jogo devido às preocupações com a decadência moral e o potencial de batota. Mesmo assim, estas medidas pouco fizeram para diminuir o entusiasmo pelos jogos de azar, que continuaram a prosperar. Num local como Tomar, onde tanto cavaleiros como civis se misturavam, é fácil imaginar jogos de dados a serem jogados sob o olhar atento dos cavaleiros templários ou nas sombras dos imponentes castelos da cidade.
O ambiente medieval de Tomar, com as suas camadas de história, oferece um fascinante vislumbre do mundo dos jogos e do entretenimento dos séculos passados. As mesmas ruas onde outrora marchavam os cavaleiros também teriam visto animadas sessões de jogo cheias de riso, tensão e talvez uma discussão ocasional sobre uma aposta perdida. Enquanto apenas podemos especular sobre o quanto o jogo moldou a vida em Tomar, é certo que era uma parte significativa do tecido social da Europa medieval. E embora o jogo moderno tenha evoluído para uma experiência completamente diferente, é intrigante pensar como as sementes desta indústria global foram semeadas nas próprias ruas de cidades como Tomar.