Decorreu em Alcanena, no passado dia 26 de setembro, a primeira Assembleia Geral da APOAC – Associação para a Promoção do Olival e Azeite de Aire e Candeeiros, que tem por missão potenciar a qualificação, a valorização e a promoção do setor do olival e do azeite português em geral, e do azeite e do olival da região das Serras de Aire e Candeeiros em particular. Esta nova associação sem fins lucrativos, que inicia a sua atividade com 53 associados fundadores, congrega olivicultores, lagareiros, embaladores, comerciantes, operadores olivoturisticos e outros interessados pela fileira do olival dos 7 municípios com território no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (Alcanena, Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Rio Maior, Santarém e Torres Novas). A constituição da APOAC é uma das medidas do Projeto Ouro Líquido, iniciado em junho de 2023 e que atualmente decorre no quadro da Comissão de Cogestão do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e da ADSAICA (Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros). Até ao momento, o Projeto envolveu mais de 280 pessoas em dinâmica participativa, incluindo operadores do setor, agentes públicos, academia, empresas e demais stake-holders, num ecossistema que designamos de “Comunidade Ouro Líquido”, que se tem revelado uma excelente rede de partilha, aprendizagem e qualificação. Tendo por missão valorizar a fileira da oliveira, cultura predominante dos espaços agrícolas deste território, o Projeto Ouro Líquido tem em agenda criar valor e procurar soluções para os desafios colocados ao olival tradicional, nos planos do modelo produtivo, organização do setor, fatores críticos de competitividade e estratégia de promoção e comercialização. Em concreto, pretende-se aprofundar o conhecimento sobre a cadeia de valor do olival tradicional, estimular os agentes privados a inovar nos processos, produtos e serviços, atrair novos operadores, aceder a redes de conhecimento, aprender com outros casos, estudar e abrir novos mercados e envolver organismos do Estado para a estratégia a prosseguir no futuro. Na agenda deste projeto está ainda o estudo dos aspetos singulares e diferenciadores da paisagem olivícola destes municípios, vista como produto de construção ecológica, histórica e cultural, e inventariar recursos ligados ao olival e ao azeite potencialmente relevantes para a construção de uma estratégia olivoturística, que possa aportar valor económico e social às comunidades rurais, integrando produtos endógenos, gastronomia, natureza, paisagem rural, cultura e património. Considerado o coração do mediterrâneo calcário português, a singular identidade do PNSAC nos domínios da geomorfologia, natureza, biodiversidade, património histórico, etnografia e paisagem rural, pode certamente contribuir para uma valorização mais ampla da olivicultura e do azeite desta região. Foto Rede Rural Nacional, Facebook