O Posto de Turismo tem patente a exposição documental do Acervo Epistolar do arquivo Leisner, até 30 de setembro e cuja inauguração contou com a presença do grupo de arqueólogos da edição 2024 do Campo Arqueológico de Proença-a-Nova. Georg e Vera Leisner, arqueólogos de nacionalidade alemã que desenvolveram a sua principal pesquisa na Península Ibérica, constituem autores de referência para o estudo do Megalitismo e para a investigação da História da Arqueologia à escala peninsular. “Estiveram em Proença-a-Nova no final da 2ª Guerra Mundial. Leisner era militar do exército, era topografo e especialista em megalitismo e os seus trabalhos foram de facto de enorme relevância”, comenta João Caninas, arqueólogo responsável pelo Campo Arqueológico de Proença-a-Nova. O rigor dos trabalhos das escavações realizadas nas décadas de 40, 50 e 60 em diversos grupos megalíticos (Beira Alta, Reguengos de Monsaraz, Lisboa, Huelva) revelou-se marcante para a comunidade arqueológica contemporânea e tem permitido, até hoje, sucessivos estudos sobre o Megalitismo Peninsular. Até finais do séc. XX os trabalhos arqueológicos realizados no concelho de Proença-a-Nova foram caracterizados por intervenções episódicas, descontínuas ou inconsequentes. São disso exemplo, na primeira década do século, os registos de Francisco Tavares de Proença Júnior, a inventariação de monumentos megalíticos por Georg e Vera Leisner, datável talvez dos anos 40, e notícias ou estudos pontuais a cargo de outros investigadores. Após terminar esta exposição no final do mês de setembro ficará patente o espolio arqueológico sobre o paleolítico na região de Vila Velha de Ródão.