José Carlos Gomes, presidente do Colégio Nacional de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros, e Piedade Pinto, candidata à presidência da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, “Enfermagem com Futuro”, estiveram reunidos com os enfermeiros dos hospitais de Abrantes, Tomar, Torres Novas (ligados ao Centro Hospitalar do Médio Tejo) e ainda do hospital de Santarém, a fim de auscultarem os profissionais de saúde destas unidades hospitalares sobre eventuais problemas que os possam estar a afectar a nível profissional como no âmbito pessoal: cálculo das dotações de enfermagem; condições do exercício profissional.
Segundo estes dirigentes da Ordem dos Enfermeiros, na abordagem que tiveram com os enfermeiros dos hospitais do Médio Tejo (CHMT) e de Santarém, o debate promovido permitiu perceber que “os problemas sentidos pelos enfermeiros são comuns, passando pelo número insuficiente de enfermeiros e o não reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, nomeadamente no que diz respeito à sua remuneração”, disse José Carlos Gomes.
O também candidato a Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, José Carlos Gomes, referiu perante os profissionais daquelas unidades de saúde que a prioridade entre os seus 18 compromissos com a classe, para o próximo quadriénio, (a Ordem faz 18 anos de existência no início do próximo ano), é o eixo clinica, ensino e investigação. «Em relação à clinica, pretendo devolver a dignidade àquilo que é actividade profissional de enfermagem: condições de trabalho e dotações seguras», observa José Carlos Gomes.
O responsável pelo Colégio Nacional de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros recordou que muito dos problemas que os enfermeiros enfrentam têm a ver com algum divórcio que tem existido entre estas três frentes áreas. O ensino, embora de elevadíssima qualidade, vai contra todas as boas práticas do ensino que se quer promotor de desenvolvimento, enquanto a investigação deve ser baseada nos contextos da prática.
José Carlos Gomes refere ainda que a desnatação a que se está a assistir no Serviço Nacional de Saúde (SNS), é assustadora. «Não quero um país onde exista um SNS para ricos e outro para pobres, porque é prejudicial para a população, para aquilo que é a qualidade assistencial da saúde e para o desenvolvimento do próprio país, mesmo do ponto de vista económico».