A Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) foi distinguida com o prémio de boas-práticas em contexto prisional “Prison Achievement Award”, atribuído pela rede europeia EuroPris. Esta rede elege, todos os anos, projetos de inovação e de desenvolvimento na área da reabilitação e da reinserção social de pessoas privadas de liberdade e que, simultaneamente, revelem potencial para ser replicadas em contextos semelhantes e disseminados por outros países europeus. O projeto “Horticultura Vertical, Solidariedade Horizontal”, desenvolvido no Estabelecimento Prisional de Torres Novas, foi o mais votado entre 40 candidatos do 3º Concurso Europeu. Em colaboração com os parceiros da “UpFarming”, e com o financiamento da “Fundação BPI La Caixa”, o projeto consistiu na criação de uma horta vertical, através de 40 torres verticais aeropónicas e visando a capacitação da população reclusa, através da certificação em agricultura sustentável (70% dos reclusos foram certificados nesta área, após a frequência de 3 ações de formação); a melhoria da qualidade nutricional da alimentação dos reclusos, que passou a usar produtos hortícolas provenientes de 20 Torres; o apoio a 175 famílias carenciadas da comunidade, acompanhadas por três Instituições parceiras deste projeto: a Cruz vermelha Portuguesa, a Cáritas e o CRIT. Até dezembro de 2023, foram distribuídos no total 1.5 toneladas de produtos hortícolas às famílias carenciadas, Desde início de 2024, a sustentabilidade do projeto passou a ser assegurada pela Câmara Municipal de Torres Novas. Este projeto vai agora divulgado por toda a rede europeia de organizações dos serviços prisionais, prevendo-se a sua expansão em diferentes Estabelecimentos Prisionais. Para o Diretor Geral da DGRSP, Rui Abrunhosa Gonçalves, este prémio representa “um reconhecimento do trabalho desenvolvido e um estimulo para, em articulação como a sociedade envolvente, se continuar a apostar em modelos de formação e de ocupação da população reclusa que lhes forneçam ferramentas uteis a um retorno harmonioso à vida em meio livre”. A Diretora do EP de Torres Novas, Maria Paula Quadros, realça que o “EP de Torres Novas procurou ser um modelo a seguir a nível nacional, mas este prémio vem confirmar que também pode ser um exemplo a seguir no plano Europeu. O nosso pioneirismo passa, sobretudo, pela preocupação de integração do EP e dos reclusos na comunidade local, baseado na entreajuda”.
Sobre o EP de Torres Novas – Instalado no edifício de uma antiga Cadeia Comarcã, funcionou, durante vários anos, como Cadeia de Apoio ao EP Regional de Leiria. Em 1995, foi criado como EP Regional de Torres Novas. Em julho 2020 foi classificado como Estabelecimento Prisional de nível de segurança e grau de complexidade médio. Nesse ano, em sequência de uma reestruturação, passou a acolher exclusivamente reclusos em regime aberto, oriundos de diferentes EP do país. O EP de Torres Novas pôs em marcha um projeto pioneiro de “preparação para a saída” e, em articulação com a comunidade local e com diversas entidades, permitindo aos reclusos a aquisição de competências pessoais e socioprofissionais cruciais para a futura liberdade.