É um projeto turístico ambicioso para Vila Nova da Barquinha e representa um importante passo na preservação da história das Tropas Paraquedistas, uma instituição com uma forte identidade no concelho, no país e no âmbito da cooperação internacional. O projeto foi alvo de uma candidatura, já submetida à Linha + Interior Turismo, do Turismo de Portugal, prevendo-se que represente um investimento de cerca de 700 mil euros, sendo a maior fatia suportada pelo Município de Vila Nova da Barquinha. O “Centro Interativo das Tropas Paraquedistas” poderá abrir portas até ao final de 2025 e o primeiro passo para a sua criação foi dado no dia 23 de maio, com a assinatura do Protocolo de Colaboração entre o Exército Português, a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, o Pára-Clube Nacional “Os Boinas Verdes” e a União Portuguesa de Paraquedistas, com vista à preservação, valorização e divulgação do património das Tropas Paraquedistas. O dia em que milhares de ex-paraquedistas regressam anualmente à “casa mãe”, Dia da Unidade do Regimento de Paraquedistas, foi a data escolhida para a cerimónia de assinatura do Protocolo, no Polígono Militar de Tancos, firmado por Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, general Mendes Ferrão, Chefe do estado Maior do Exército, general Carlos Jerónimo, presidente da Direção do Pára-Clube Nacional “Os Boinas Verdes” e coronel Hilário Peixeiro, presidente da Direção da União Portuguesa de Paraquedistas. Tendo por base o Museu das Tropas Paraquedistas, inaugurado há 34 anos, este protocolo tem como objeto a realização de um projeto de reprogramação e reorganização museológica da Coleção Visitável, denominado “Centro Interativo das Tropas Paraquedistas”. O projeto nasce do reconhecimento e da importância de preservação de espaços de memória, com elementos agregadores geracionais dos militares que serviram, servem e servirão Portugal nas tropas paraquedistas. É ele, na sua essência, um símbolo de reencontro e rejuvenescimento, um tributo ao esforço e ao derradeiro sacrifício dos militares paraquedistas que se pretende perpetuar no tempo, bem como um elemento motivador e de divulgação desta força especial no quadro nacional e internacional. Este Centro Interativo será uma infraestrutura cultural de elevado valor local, regional, nacional e internacional, não só pelo enquadramento geográfico onde está implementado (Regimento de Paraquedistas – Casa Mãe das Tropas Paraquedistas), mas pelo cluster existente e relacionado com o paraquedismo em Portugal. A candidatura pressupõe a criação de uma rede colaborativa, envolvendo 4 entidades (parceiros deste projeto e entidades representativas do paraquedismo militar em Portugal) que dispõem de património e conhecimento de referência sobre a temática, tornando este espaço único a nível nacional, com evidentes ganhos de escala, dando resposta às necessidades de dinamização, valorização e promoção das Tropas Paraquedistas. A estratégia museográfica do projeto pretende apostar em diferentes tecnologias inovadoras que permitam dar vida à história, valorizando o passado, a cultura e o património através da sua compreensão de forma mais visual, apelativa e inclusiva.
A possibilidade de ‘correr’ num túnel de exercício militar, ‘voar’ num avião, ‘saltar de paraquedas’ ou vivenciar um cenário de conflito, vão ser possíveis com o acesso a estruturas ou ecrãs / óculos de realidade virtual. Como experiência chave no campo da inovação neste projeto expositivo, pretende-se recriar uma das tarefas mais reconhecíveis das Tropas Paraquedistas: o salto de paraquedas. Através da utilização da estrutura de um Lockheed C-130 Hercules (avião militar), o visitante poderá vivenciar toda a experiência preparatória dentro da aeronave, e que antecede o salto. Nesta experiência imersiva, o barulho dos motores e o cheiro do combustível JP-8 serão uma realidade, dando ao visitante a oportunidade de “saltar” e entrar num novo espaço sensorial: com recursos a filmagens de saltos, feitas na primeira pessoa por militares paraquedistas, e transmitidas através de óculos de realidade virtual, assim como com recurso a técnicas que simulam o vento em queda, o visitante terá aquilo que é a experiência mais semelhante a um salto de paraquedas. A candidatura submetida ao Turismo de Portugal pretende aliar a história à inovação/ interatividade com o turista, consideradas mais valias de carácter nacional e com patentes ganhos de escala a nível internacional, reforçando a atratividade turística deste concelho de baixa densidade, e do território no seu todo.