O valor da liberdade foi o tema central da Sessão Solene do dia do Município, assinalado a 13 de junho, no ano em que se comemoram 50 anos do 25 de abril. A cerimónia, que teve lugar no Lagar de Azeite de Sobreira Formosa (re) inaugurado neste dia, além do dia de festa e de evocação, foi também marcado pelos discursos de reflexão e de ação. João Paulo Catarino, presidente da Assembleia Municipal, enalteceu o esforço e a dedicação de todos no (re) erguer deste equipamento e que simbolicamente acolheu esta sessão. João Lobo, presidente da Câmara Municipal, começou por fazer referência ao país a duas velocidades, enumerando várias questões que persistem em permanecer e que não fomentam a coesão do Pais após 50 anos do 25 de Abril de 74, destacando que “o 25 de Abril de 74 hoje, precisa de uma nova representatividade parlamentear, precisa que a discussão da representatividade dos territórios seja trazida para a agenda”. Para o autarca “esta revolução abriu portas para o desenvolvimento e integração subsequente na Europa, seriamos Portugal sim, mas não este Portugal, se foi tudo bem realizado, não, mas foi com toda a certeza a maior expressão de mudança e de ideário em que através de um movimento militar o povo se entregou para realizar, peço uma salva de palmas em seu reconhecimento”. A sessão solene contou com a presença da Secretária de Estado Adjunta e da Igualdade, Carla Mouro, que na ocasião falou sobre necessidade constante e permanente de construção da liberdade e que “é um valor que a todos convoca especialmente num ano que se comemora 50 anos do 25 de abril”, reforçando que o 25 de abril permitiu-nos construir uma sociedade mais inclusiva, mais equitativa mais justa”. António Paulo dos Santos, deputado independente da Assembleia Municipal, fez uma intervenção reflexiva sobre a liberdade de expressão e a necessidade de “literacia informativa e social para saber distinguir a informação verdadeira e falsa que facilmente se dissemina nas redes sociais”. Por sua vez, Daniela José, representante da bancada do PSD, fez uma intervenção reflexiva sobre o tema da liberdade e das diferenças territoriais, mas referindo também as diferenças que “a liberdade de decidir traz-nos a responsabilidade de ensinar às gerações mais novas, como funcionam as nossas instituições políticas, como se elegem os nossos deputados, as suas competências e como podemos ser atores ativos de uma verdadeira reforma na busca da coesão territorial que possa impedir o flagelo do despovoamento”. Vítor Bairrada, representante da bancada do PS, enumerou todas as atividades comemorativas dos 50 anos do 25 de abril realizadas até à data no concelho e lembrou a transformação socioeconómica e cultural que a revolução encetou no país, “abrindo caminho para uma sociedade que assenta em valores de liberdade e democracia” até hoje. A sessão solene ficou ainda marcada pela atribuição da medalha de ouro ao Major General Arnaldo Cruz, um capitão de abril, a José Rodrigues empreendedor e empresário retornado, a Manuel Ribeiro Jacinto, a título póstumo, empresário, autarca envolvido nas mais variadas ações cívicas das associações e também retornado pós-revolução , ao autarca mais antigo do concelho em funções, representante da democracia de proximidade, António Alberto Coelho, e à artista plástica Yola Vale, que escolheu o concelho para viver e que leva o nome de Proença-a-Nova além-fronteiras.