O Programa de Apoio ao Associativismo no concelho nabantino esteve em foco no decorrer da recente reunião do executivo camarário. Em causa esteve a aprovação de um subsídio de 1800 euros ao Sporting de Tomar. O tema deu muito que falar e motivou mesmo, já a um nível mais global, duras críticas à forma como o Programa tem decorrido neste ano. Por exemplo, o vereador João Tenreiro, do PSD, falou da necessidade dos contratos serem cumpridos, alertando para o facto de esta situação estar a colocar em risco a viabilidade de algumas colectividades: «Existe um princípio que é o Pactasuntservanda, quase um palavrão, que quer dizer que os contratos são para ser cumpridos. E, na altura, a senhora presidente fez, com grande “bandeira e convocando todas as associações, o contrato-programa para a promoção da actividade regular cultural e desportiva no concelho de Tomar. E neste momento a senhora não está a cumprir. Há associações a passar por graves dificuldades por não estarem a receber os valores do contrato-programa, que a Câmara tinha prometido. Pedimos atenção para esta situação porque as pessoas estão a fazer conta com determinado montante para as despesas decorrentes da actividade. Corremos o risco de ver muitas associações fecharem a porta».
Para o vereador da CDU, Bruno Graça, que é também dirigente associativo (presidente da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais), o programa correu mal neste ano, lamentando que, nesta altura, alguma associações já tenham recebido… e outras não: «Este projecto, durante este ano, correu muito mal. Neste momento já se está a pedir às associações para que entreguem a documentação para 2016 até ao dia 30 deste mês de Novembro. É muito mau que isso seja feito sem que haja pagamento a grande parte das colectividades. Pior do que tudo, é que umas estão a receber e outras não terem recebido. Não quero que isto seja interpretado como uma intervenção de uma pessoa ligada ao movimento associativo mas, em qualquer dos casos, vou abster-me porque as coisas não correram bem».
Para os Independentes este é um processo que levanta muitas dúvidas. O vereador Pedro Marques defendeu que, em face das limitações financeiras do município, as associações sejam tratadas de igual forma: «Isto levanta muitas dúvidas e depois há outras coisas que se misturam com tudo isto. Não só o facto de umas associações receberem e outras não… Porque é que isso acontece?! Quando as coisas são feitas no gabinete deixam sempre muitas dúvidas. Isto já vem tudo feito e não tem a fundamentação que era desejável. Mas está, aqui, aberto um precedente porque qualquer outra associação pode chegar aqui e dizer que fez mais do que a outra. Não sabemos o que foi feito para se dar 1800 euros».
A presidente de Câmara de Tomar, Anabela Freitas, aproveitou para esclarecer que já deu ordem à Divisão Financeira para que se efectuassem os pagamentos em atraso pelo que o processo deverá estar concluído nas próximas duas semanas: «A Divisão Financeira já tem instruções… Alguns processos estão ainda na Divisão de Desporto e na Divisão da Cultura para analisar, mas há outros que estão na Divisão Financeira e foram dadas instruções para que se pague rapidamente, quer no programa A, que é o apoio regular, quer no programa B, que é o apoio a eventos. Espero que dentro de quinze dias os casos sejam residuais».