Já se perspectivava que as questões relacionadas com a segurança no concelho de Tomar fossem tema de análise na Assembleia Municipal desta sexta-feira. Principalmente tendo em consideração os exemplos que têm acontecido nos últimos meses. O Partido Social-Democrata, a propósito disto mesmo, apresentou uma moção, que acabou chumbada. O primeiro a usar a palavra para abordar o documento foi Américo Pereira. O presidente da Junta da Serra/Junceira, eleito pelos Independentes, disse que a Câmara não tem responsabilidade na matéria, enquadrando aquilo que se passa noutros pontos do país para referir que quem diz que em Lisboa há mais segurança do que em Tomar «não percebe patavina»: «Quando se diz que em Tomar não se pode andar a pé, que é mais seguro andar em Lisboa… é de quem não percebe patavina disto. Não vale a pena andarmos a brincar aos polícias e ladrões. Temos tido alguns episódios, é verdade, mas por acaso conhecem a realidade a Norte do Mondego?! Não vale a pena estarmos aqui a criar um monstro… E não vale a pena também estarmos a carregar em cima da Câmara por uma responsabilidade que não lhe cabe. Não estou a ver a senhora presidente a policiar a Praça da República. Não estou a ver… ».
José Delgado ouviu… e não gostou. O eleito do Partido Social-Democrata falou de casos concretos e, em bom português, disse que a população já “levou porrada” e que «não se pode fazer tábua-rasa” destes assuntos. Ficaram duras críticas ao Comissário da Polícia de Segurança Pública: «Estava a tentar imaginar a presidente de farda… Estar a reduzir as questões de segurança a tábua rasa… Não esperava isso de si (ndr: referindo-se a Américo Pereira). Na minha terra, que também é a sua, o povo levou “porrada”. Se isto não é nada, meu Deus… Nas Olalhas e também na Praça da República. A Câmara, presidente e vereadores, tem responsabilidade sobre a segurança na cidade. Não veste a farda mas tem que fazer alguma coisa. Quanto ao Conselho Municipal de Segurança, a primeira reunião deu zero. Apenas serviu para encaixar o senhor Luís Ferreira no Conselho. A intervenção do Comandante da PSP foi uma vergonha! Desvalorizou tudo! Andamos aqui a brincar com a segurança!».
Luís Ferreira, da bancada do Partido Socialista, acusou o PSD de «infantilidade» na abordagem a este tema, considerando mesmo como «triste» o desconhecimento dos sociais-democratas «em torno da Lei e da realidade do concelho»: «Quero manifestar a minha estranheza, se bem que em Tomar já nada se estranhe… Mas fica um pouco mal para um partido que pretende disputar a liderança e a condução do Município vir com alguma infantilidade discutir, a este nível, as questões de segurança. Seria útil, isso sim, e contributivo para a criação de um clima de segurança, que avançassem com sugestões… É demasiado triste e desconhecer a realidade da Lei e do concelho de Tomar».