O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo denunciou, em comunicado, um verdadeiro escândalo que ocorreu, há cerca de três anos, no Hospital dr. Manoel Constâncio, em Abrantes: um enfermeiro, que pertence aos quadros da instituição, é acusado da prática de «atos condenáveis» praticados contra doentes «especialmente vulneráveis», imagens essas que chegaram ao conhecimento da ULS. O mesmo texto adverte que «o respeito e dignidade pela pessoa humana e a deontologia inerente à nobre missão da prestação de cuidados de saúde» são colocados em causa. O Conselho de Administração «está profundamente chocado e consternado com o teor destas filmagens». Está, assim, identificado, pelo menos, um enfermeiro da Unidade Hospitalar de Abrantes associado a estes atos criminosos. Assim que estas denúncias anónimas foram recebidas, cerca das 21h16 de dia 10 de abril, quarta-feira, o Conselho de Administração reuniu de emergência nessa mesma noite e tomou as seguintes medidas:
– Suspensão imediata do profissional identificado nas filmagens da Instituição;
– Instauração de processo disciplinar ao profissional identificado com vista ao despedimento, dando conhecimento da abertura deste procedimento à Ordem dos Enfermeiros;
– Entrega de todo o material rececionado ao Ministério Público e formalização de queixa junto das entidades judiciais competentes;
– Colaboração total com as autoridades na investigação do caso.
«A Instituição tem como missão zelar pela segurança e o bem-estar dos seus utentes e condena veementemente qualquer forma de abuso ou negligência infligido àqueles que estão à sua guarda e cuidados. Impõe-se, por isso, um sentido pedido de desculpas aos utentes e uma palavra para a Comunidade servida pela Instituição: os comportamentos demonstrados por este profissional não representam de forma alguma o trabalho que é desenvolvido pelos profissionais de saúde da Instituição». «A Instituição está já a trabalhar ativamente para identificar os utentes que foram vítimas destes atos absolutamente inaceitáveis captados nos vídeos. O Conselho de Administração da ULS Médio Tejo está empenhado, igualmente, em assegurar todo o apoio necessário às vítimas e às suas famílias». «A Instituição reconhece a gravidade da situação e reitera o pedido de desculpas pelo sofrimento causado. Apesar de as imagens, pelo que foi possível apurar, terem cerca de três anos, portanto antes da gestão do atual Conselho de Administração, o mesmo irá atuar de forma enérgica para aplicar as sanções que tiverem de ser tidas, doa a quem doer». O Conselho de Administração da ULS Médio Tejo está também comprometido em garantir que este tipo de situação nunca mais se repita, levando este caso até às últimas consequências. A instituição já está a trabalhar no reforço dos procedimentos de segurança e reforço da formação dos seus profissionais de saúde. A Instituição agradece a compreensão e o apoio do público durante este período difícil que ensombra e envergonha o brio e profissionalismo ímpares dos seus mais de 2.800 profissionais de saúde.. Estes profissionais dedicam a sua vida ao bem maior de cuidar dos utentes da região do Médio Tejo. E são, seguramente, os primeiros a condenar esta lamentável situação. O Conselho de Administração da ULS Médio Tejo irá acompanhar de perto as investigações e fornecerá atualizações quando se justificar.