Os ânimos exaltaram-se na reunião extraordinária que a Câmara de Tomar realizou nesta segunda-feira, 8 de Abril, e por um assunto que em nada tinha a ver com o que estava a ser analisado e votado. Em plena discussão da prestação de contas para 2023, eis que PS e PSD trocaram duros argumentos em torno da presença em iniciativas realizadas por associações do concelho, presenças de vereadores sociais-democratas, entenda-se. Hugo Cristóvão, presidente da Câmara, denunciou já ter recebido alguns contatos telefónicos de dirigentes associativos, que terão manifestado algum embaraço pela ida de eleitos do PSD às mencionadas atividades e que os mesmos teriam até solicitado um lugar na mesa principal: «Nos termos da Lei, as competências dos senhores vereadores são aquelas que o presidente delegar, nomeadamente na representação. E não foi nem um, nem dois, nem três dirigentes associativos que já me ligaram a mim ou a alguém a dizer que o vereador A ou a vereadora B quer cá vir ou alguém por eles pediu e até pede para ficar na mesa. Isto não é mentira! Isto acontece e os senhores sabem bem que acontece. Isto não é insinuação nenhuma! (ndr: Lurdes Ferromau, entretanto, de microfone desligado, fala em «criancice»). Claro que é criancice mas as pessoas no Mundo real sabem disso. São formas de estar. São diferentes. Mas nunca aconteceu, fosse qual fosse o partido a governar».
Tiago Carrão, vereador do PSD, não gostou do que ouviu e acusou o presidente de Câmara de «baixo nível», assegurando que nem se identifica como vereador quando se inscreve nas realizações das coletividades: «Não lhe admito e nem posso admitir a falta de respeito para connosco, vereadores do PSD. Até a falta para com a verdade… Exijo que diga quais foram as associações onde se passam essas situações. Eu inscrevo-me como qualquer cidadão, assim como qualquer cidadão pode ir a qualquer coletividade. Nunca exigi e nunca tive qualquer problema em ficar sentado onde quer que fosse. Nem sequer me identifico como vereador! Mas diga onde são essas associações onde andamos a furar o protocolo. Que se acotovelam para ir às festas… Isso é tão baixo nível… é uma falta de educação e de dignidade para com o cargo que exerce».
Filipa Fernandes, vereadora na Câmara de Tomar, eleita pelo PS, também quis intervir nesta troca de argumentos para acusar o PSD de insinuações: «Não podem chegar aqui e dizer tudo o que vos apetece, chamarem-nos de arrogantes, dizer que não temos uma política séria, que não somos sérios, e nós estarmos aqui calados. Seriedade faz-se com seriedade. Não podem dizer o que vos apetece, insinuar que nós devemos isto e aquilo e depois não querem ouvir as respeito. Política séria é o que se exige, seja ela de quem está no ativo, seja ela da oposição». Foto ilustrativa, Manuel Subtil