Hugo Cristóvão, vereador da Câmara Municipal de Tomar, garantiu, em plena reunião do executivo que decorreu nesta segunda-feira, que o casal que residia no Flecheiro já está praticamente instalado no Bairro 1º de Maio, como sequência do processo relativo a habitação social, processo esse onde a família em causa foi escolhida após candidatura. Recorde-se que no fim-de-semana de 14 e 15 de Novembro houve distúrbios no Bairro, nomeadamente a vandalização dessa mesma casa reservada ao casal mas, apesar dos problemas, a mudança está concluída. Hugo Cristóvão falou, então, sobre este processo, adiantando que os responsáveis por esses actos estão identificados: «Houve algum alarmismo e empolamento de algumas situações… Mas houve, de facto, a entrega das quatro habitações que, naquela altura, estavam a concurso, duas das quais a duas famílias de etnia cigana, sendo que uma já fez essa mudança. E foi associado a este facto a agitação que ocorreu naquele local. Está em causa um grupo de jovens que nos causa alguma preocupação. Temos tentado encontrar soluções para alguns problemas que têm sido originados por esse grupo, sendo que boa parte do grupo nem reside no Bairro 1º de Maio. A grande maioria das pessoas que ali cumpre as suas obrigações e tenta seguir com a sua vida. O que aconteceu é que nessa noite de sábado para domingo a dita família iniciou a mudança. Esse grupo de jovens, identificados, pela calada da madrugada entrou na casa e fez alguns danos. Mas nada com a dimensão que foi transmitida nas redes sociais. Entretanto a situação está normalizada e a família já está a morar no Bairro».
Pedro Marques, vereador dos Independentes, também abordou este processo de integração, alertando que o Município não pode ceder a atitudes xenófobas. O eleito dos IpT abordou, ainda, o exemplo de insegurança que decorreu também no Bairro 1º de Maio: «Já era público que esteve envolvida gente que não era do Bairro 1º de Maio. Será uma questão de segurança e para as forças policiais agirem. Se ali andam por algum motivo o fazem. E se ali vão é porque também têm guarida. Mas isto não é de agora. Quem ali vive, quem conhece aquela zona sabe que não é de agora. O clima é próprio de relativização porque aquilo que aconteceu em França é de tal forma grave que tudo o que acontece é menor… E isso é um perigo. A culpa não pode morrer solteira. Ouvi falar em tiros, já ouvi dizer que não houve tiros… mas chegaram relatos de quem ouviu mesmo tiros. Não estava cá, não ouvi. Mas foram estes comentários. Não podemos ceder a atitudes xenófobas».