Confirma-se a indicação avançada pela Hertz nesta quinta-feira: apesar de alguns populares terem indicado o lince-ibérico como possibilidade da recente “mortandade” de ovelhas na freguesia de Paialvo, a verdade é que o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, num esclarecimento enviado para a nossa redacção, «afasta, desde já, a possibilidade de se tratar de ataque de lince ibérico, por comparação entre a tipologia dos ataques que se verifica na região de Tomar, e a predação sobre cervídeos (presas selvagens) que esporadicamente ocorre na área de reintrodução de lince ibérico, em Mértola».
O mesmo texto sublinha que o ICNF, em articulação com a GNR/SEPNA, «encontra-se a avaliar a tipologia e dimensão das ocorrências naquele local» e «de acordo com os registos fotográficos e verificação in loco dos vestígios encontrados no terreno» chegou-se à conclusão de que, com efeito, não estão em causa ataques de lince-ibérico. Ficou o reforço da tese: «os linces, quando caçam presas selvagens de grandes dimensões, visam apenas a região do pescoço provocando a morte da presa por asfixia através do bloqueio da traqueia. Abatem apenas um único animal que vão consumindo ao longo de vários dias, mantendo-se nas suas proximidades e enterrando a carcaça para evitar que outros animais, tais como raposas, a consumam».
Num registo ao pormenor enviado para a Hertz, o Instituto sublinha que «as consequências observáveis e resultantes do ataque evidenciam lesões generalizadas e múltiplas fracturas, particularmente dos ossos do crânio, eventualmente provocadas por um cão, ou outro animal de grande porte». Neste particular, sublinhe-se, o ICNF assemelha as lesões ao ataque de cães, um cenário em que muitos não acreditam já que algumas das ovelhas estavam protegidas por cercas elevadas, reforçadas com arame farpado.