Este sábado ficou marcado com a realização, no Auditório do Hospital Nª Sra. da Graça, em Tomar, do XI Simpósio Distrital da FAS, Portugal.
Estes simpósios são um evento que a Federação das Associações de Dadores de Sangue vem realizando pelo país, com o intuito de divulgar e debater a dádiva de sangue, os seus problemas e virtudes, ouvir as associações e grupos locais, bem como difundir o movimento junto das forças vivas locais. Coube a organização deste evento à Associação de Dadores Benévolos de Sangue do Hospital de Tomar.
Durante a manhã houve oportunidade para reuniões de trabalho com responsáveis do IPST, FAS e Associações do distrito, onde foram debatidas questões relacionadas com a actividade. Na Cerimónia de Abertura estiveram presentes Anabela Freitas, Presidente da Câmara Municipal de Tomar, Luís Negrão, representando o Ministro da Saúde, e o Presidente do IPST, IP, Leonor Gonçalves, representando o CA do CHMT e o Presidente da FAS, Joaquim Silva.
Numa nota de imprensa enviada para a redacção da Hertz, Joaquim Palricas, o rosto mais visível da Associação de Dadores de Sangue do Hospital de Tomar deu conta do «regozijo da Sra. Presidente da CMT pela realização deste evento na cidade nabantina, destacando ainda a presença da “escola”, uma vez que os temas relacionados com a cidadania devem ser iniciados bem cedo, fazendo parte da aprendizagem inicial das nossas crianças».
Os trabalhos propriamente ditos iniciaram-se com uma apresentação a cargo do Presidente da Direcção da ADBSHT que fez uma breve resenha da história da sua fundação e do trabalho desenvolvido. Focou as actos conducentes à promoção, organização, informação e sensibilização para a dádiva e destacou algumas acções já realizadas com sucesso, tais como o XVIII Convívio Nacional e XII Internacional de Dadores que trouxe à cidade milhares de pessoas. Apresentou alguns números da sua actividade, referindo que no ano transacto atingiram-se sensivelmente 250 unidades de sangue colhido por mês, cifra que se mantém no corrente ano, embora seja perceptível uma pequena diminuição.
Identificando algumas dificuldades no terreno, especialmente ligadas à organização da actividade, expôs a responsabilidade do IPST no processo e terminou proferindo que acima de tudo é necessário continuar a trabalhar com afinco e não ficar sentado lamentando como primordial o que não se faz ou apresentando como feito aquilo que só a imaginação admite, ou seja iludindo ou iludindo-se.
De seguida falou Leonor Gonçalves, Directora do Serviço de Imunohemoterapia do CHMT. Depois de historiar o seu trabalho no hospital e CHMT, que se confunde com o próprio serviço, demonstrou a capacidade instalada no CHMT ao nível da temática do sangue e da Medicina Transfusional. «Desde sempre o Hospital e o CHMT esteve na linha da frente na segurança transfusional, assegurando as melhores técnicas na recolha, fraccionamento, armazenamento e expedição do sangue e componentes, quer para os serviços do Centro Hospitalar, quer na dispensa dos excedentes para outros hospitais», sublinhou Joaquim Palricas no mesmo texto. O serviço está certificado, pratica as melhores técnicas exigidas a nível europeu e mundial para a arte e está dotado com os melhores equipamentos. A este nível, garantiu, podem os utentes, internos e externos estar descansados, visto que os níveis de segurança são altos.
Manuela Azevedo, do Agrupamento Escolar Templários, falou da troca de experiências e colaboração que a associação tem vindo a desenvolver com várias escolas do agrupamento. É um trabalho que decerto dará frutos no imediato, a médio e longo prazo e que será de continuar. Deu também algumas sugestões ao nível de implementação de acções sobre o tema. Foi de seguida a altura de escutar Álvaro Barbosa acerca da “Dádiva e os Templários”. Joaquim Palricas refere que «foi um enorme gosto relembrar a história templária, a sua demanda pelo mundo, a sua influência na nossa “cidade e região templária”, sempre com o foco na dádiva. Foi uma explanação diferente, sem o cunho exclusivamente técnico que invariavelmente estes temas têm, mas que não deixou de dar aos ouvintes uma visão distinta daquilo que é a dádiva».
Ainda na mesma nota de imprensa, a Associação refere «o retemperar de forças com um beberete ligeiro mas agradavelmente composto, a Dra. Lucília Pereira da FAS, destacou o papel da federação como elo de ligação entre as mesmas e com a tutela. É um trabalho muito importante pois que é muito difícil que seja o IPST a falar com todas as associações. A Dra. Maria Helena Gonçalves, do Centro de Sangue de Coimbra, falou do sangue e dos seus componentes, a sua aplicação e necessidades, da auto-suficiência e também do plasma e derivados. Referiu também a actividade a nível local com as associações e grupos e da resolução de problemas emergentes. Foi de seguida a vez da Rede Social local, pela voz do Dr. Rui Pascoal, dar nota das suas principais actividades e da sua disponibilidade para colaborar com a associação. Esta cooperação pode fazer-se a vários níveis, mas especialmente na possível utilização da plataforma na divulgação das actividades e sensibilização para a dádiva.
O Dr. Luís Negrão, do IPST, um comunicador nato, dirigiu-se depois aos presentes. E de entre vários temas que referiu, apresentou e explicou o novo Site do IPST, especialmente na óptica do dador. Disse nomeadamente que o programa, de fácil utilização, não tem sido muito consultado, o que é estranho, pois permite que todo e qualquer dador, depois de devidamente identificados, possam consultar toda a sua história enquanto dadores, as suas dádivas, análises, etc.. São ferramentas importantes, disponíveis, mas que não são desfrutadas. Finalmente o Presidente Joaquim Silva usou da palavra. Fez uma súmula dos trabalhos apresentados, reforçou aspectos de maior evidência e agradeceu as disponibilidades do hospital, dos palestrantes e dos presentes.
A direcção da Associação agradece também ao CA do CHMT, na pessoa do seu Director Dr. Carlos Andrade, as facilidades concedidas, ao Arquitecto Vitorino Becerra pela colaboração, a todos os oradores pela receptividade e especialmente ao Arquitecto Álvaro Barbosa pela bela lição de história. À Tuna Templária, eferreá! Fica um lamento relativo á fraca presença de autoridades/instituições e público. Todos os autarcas foram convidados, as forças vivas da cidade, dadores e público em geral, directores/responsáveis dos serviços do CHMT, mas acharam que o assunto não é importante ou relevante que mereça a sua presença. Não bastará talvez escrever comunicados a dizer que o hospital é necessário, que isto é imprescindível, aquilo não pode faltar! Decerto que é imperioso conhecer as coisas, aprender para que servem, como estão organizadas, que é de excelência o que temos localmente e, acima de tudo, que o sangue é de pessoas, de dádivas anónimas e benévolas, de individualidades como nós! Que merecem apreço».