Conhecer é uma das condições básicas para entender uma cultura diferente. Eis uma premissa fundamental para tornar imperdível a exposição “A diáspora judaica portuguesa – séculos XV-XXI”, que vai estar patente na Sinagoga de Tomar entre os dias 5 e 17 de dezembro. A inauguração oficial decorrerá às 18 horas de terça-feira, dia 5, ficando a mostra disponível no horário de abertura do monumento: de terça-feira a domingo, entre as 10 e as 12 horas e das 14 às 17. Trata-se de uma exposição itinerante, da responsabilidade das Éditions Chandeigne e da Associação Hagadá – Tikva – Museu Judaico de Lisboa, em parceria com o Município de Tomar, que conta a história da ainda pouco conhecida diáspora judaica portuguesa no contexto sefardita, desde a sua origem (a conversão forçada dos judeus portugueses em 1497) até às reminiscências contemporâneas das memórias marranas e seus lugares. Perseguidos pela Inquisição a partir de 1536, os «cristãos-novos» partem a fim de poder praticar mais ou menos livremente o judaísmo. Do século XVI ao século XVIII participam nas profundas mudanças socioecónomicas, religiosas e intelectuais que farão entrar o Ocidente na modernidade. As suas redes familiares, comerciais e financeiras estendem-se à escala planetária. A diáspora judaica portuguesa compõe-se de conversos tornados cristãos sinceros, de judeus, de marranos e de cripto-judeus. A complexidade religiosa dos seus membros e a precariedade das suas condições de vida explicam em alguns a expressão de aspirações messiânicas, noutros a emergência de um espírito crítico e de um desejo de tolerância e de liberdade de consciência. Apesar da sua grande dispersão geográfica e religiosa, esta diáspora soube conservar uma certa coesão que se manifesta na língua, na literatura, na liturgia, na arquitetura, nos patronímicos ou ainda na arte funerária. Embora compósita, partilha uma comunidade de destino e vai dar origem a uma forma inédita de pertença coletiva, designada pelo termo de A Nação.