O Vale de Ocreza, na freguesia de Envendos, continua a surpreender, desta feita com a descoberta de uma nova gravura rupestre com mais de 20 mil anos. «Trata-se de uma rocha fragmentada onde se descobriu a representação da parte traseira da gravura de um bovídeo, um auroque pré-histórico. Como tal, a Câmara de Mação decidiu classificar aquela zona como zona de interesse municipal», refere uma nota de imprensa da autarquia. «A descoberta foi feita no âmbito de um novo projeto de investigação para 4 anos, dentro do qual estão previstas campanhas de prospeção e este ano, logo na primeira campanha, fez-se esta descoberta. As próximas ações, nestes 4 anos, poderão ser ainda mais reveladoras e levar à descoberta de mais gravuras», reforça o mesmo texto, que sublinha que o projeto de investigação resulta de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Tomar, Universidade Autónoma, Museu de Mação/ITM, Centro de Geociências e Câmara Municipal de Mação. Esta gravura situa-se a montante das duas primeiras gravuras descobertas, em 2000 e em 2021, naquela zona, um vale escarpado, com cerca de quatro quilómetros, entre a Barragem da Pracana e a foz do Rio Ocreza. A rocha com este “novo” auroque situa-se a cerca de dois quilómetros da rocha do ‘cavalo do Ocreza’, a primeira gravura paleolítica ali descoberta. «Essas gravuras têm potenciado interesse turístico e um trabalho contínuo de investigação por parte dos responsáveis do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar e o Instituto Terra e Memória. Hoje, mais de uma centena de gravuras estão identificadas no vale do Ocreza, com diversas tipologias e cronologias, três das quais do Paleolítico Superior: a do ‘cavalo do Ocreza’, descoberta em 2000, a de um painel com vários animais, incluindo um auroque, em 2021, e agora de novo um auroque, em 2023», conclui o mesmo texto. Assim que possível, o Museu de Mação e o ITM irão preparar visitas ao novo local, para os interessados.