A população do Bravo esteve em bom número, no passado sábado, na inauguração da exposição da artista visual Margarida Girão, intitulada «Mute». A exposição encontra-se patente até ao final de novembro na Casa do Povo daquela aldeia da freguesia de Pedrógão Pequeno. A cerimónia de inauguração contou com a presença de Carlos Miranda, presidente do Município da Sertã. Esta mostra resultou de uma residência artística de Margarida Girão no Bravo, onde a artista interagiu e registou em fotografia e vídeo as rotinas dos habitantes desta localidade, “principalmente das mulheres que ainda trabalham na agricultura e cuidam dos seus familiares”. Durante a inauguração, Margarida Girão chamou a atenção para “a importância deste tipo de intervenções no território, que permitem valorizar as pessoas e celebrar a resiliência e força destas mulheres. E em tempos de bandeiras ao alto sobre o empoderamento feminino, estas mulheres deram-me uma lição sem holofotes de redes sociais”. E acrescentou: “Temos de dar voz a esta gente, por isso resolvi, de forma algo provocatória, dar o título de «Mute» a esta exposição”. “O Bravo tem muito para dar, assim como muitas outras aldeias. Temos apenas de estar atentos e ouvir o que têm para nos dizer”, sublinhou Margarida Girão. Carlos Miranda, presidente do Município da Sertã, destacou “o trabalho de enorme qualidade da artista”, sublinhando ainda que “a forma como a população do Bravo acolheu e participou neste trabalho mostra que uma das maiores riquezas do nosso concelho são as suas pessoas”. “E é com as pessoas de todos os lugares do concelho, por mais afastados que estejam, que queremos continuar a trabalhar para construir o futuro”, acrescentou. O autarca lembrou ainda “a aposta do Município na cultura e na sua descentralização pelo território. Esta residência artística foi feita no âmbito da Maratona de Leitura, um dos melhores exemplos de que estamos a construir um concelho diferente e mais inclusivo”. Também presente nesta cerimónia esteve o presidente da Junta de Freguesia de Pedrógão Pequeno, Manuel Dias, que deixou palavras de elogio à exposição e à artista visual, notando “o potencial deste e de outros locais na afirmação cultural do município da Sertã”.