Mário Nelson, treinador do Riachense, não esconde a revolta e tristeza face à suspensão de que foi alvo por decisão do Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Santarém. À semelhança de muitos outros exemplos, também aqui o jovem técnico aponta baterias ao referido órgão por nem sequer ter sido ouvido, aliás como determina qualquer Estado de Direito. Em entrevista concedida à Hertz, Mário Nelson reagiu, assim, à suspensão de quinze dias de que foi alvo por supostos acontecimentos no jogo diante do Moçarriense, a contar para a quinta jornada da 1ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Santarém. E, por estranho que pareça, por aquilo que o técnico refere, a decisão foi tomada com base no relatório da Guarda Nacional Republicana… já que o do árbitro nada refere, assegura-nos Mário Nelson: «Não tem qualquer tipo de responsabilidade mas desafio a equipa de arbitragem a falar sobre este assunto para se saber o que é que o treinador do Riachense fez no jogo com o Moçarriense. É completamente uma cabala, completamente mentira aquilo que está a acontecer. Não me desilude mas apenas me entristece mais. Em alguns momentos cometi o erro de acusar a Associação de Futebol de Santarém mas não é a Associação de Futebol de Santarém que trabalha mal… é um órgão que é o Conselho de Disciplina, que é uma vergonha para o futebol distrital. Mesmo que fosse verdade, que o treinador do Riachense tivesse feito algo, pelo menos as pessoas eram ouvidas. É assim nos tribunais, é assim em tudo na vida. E a verdade é que o relatório do árbitro não diz rigorosamente nada porque não havia nada para dizer. E o relatório da GNR há-de dizer qualquer coisa que eu não tenho conhecimento. E eu nem sequer fui ouvido, nem ninguém do Atlético Riachense e fui punido com quinze dias e cinquenta euros de multa. Ou seja, hoje em dia para além de termos cuidado a andar na estrada, excesso de velocidade, uso de cinto, etc, temos que ter também algum cuidado no campo de futebol porque também somos autuados pela GNR e castigados pela GNR. A verdade é que, mais uma vez, o treinador Mário Nelson tem um castigo depois de começar a ganhar, a verdade é que, mais uma vez, o treinador Mário Nelson é castigado injustamente, a verdade é que, mais uma vez, o treinador Mário Nelson está envolvido nesta situação sem nada ter feito e leva quinze dias sem sequer ser ouvido. Fui pioneiro na situação do castigo pelo “Facebook”, sou pioneiro num castigo dado pela GNR… Ou seja, se amanhã as forças de segurança que estiverem num jogo decidirem escrever sobre o treinador ou jogador da equipa A ou B vão ser castigados. São coisas que não se compreende neste futebol distrital mas por isso é que isto continua a ser distrital. E por isso é que isto continua a ser mesquinho, continua a ser o futebol que é, porque vivendo de situações destas, de cabalas e ataques pessoais, o futebol nunca vai evoluir. Por isso é que o nosso distrito sempre que tenta dar um passo com alguma equipa para o futebol nacional isto acontece. Andamos a perder em casa, fora e pelo caminho. Os clubes não se organizam e estes órgãos dentro da Associação punem sem razões para isso. A minha revolta e tristeza são tantas porque é uma prova de que os velhos do Restelo continuam a agir como querem, a fazer aquilo que querem e não punidos. Eu não fiz nada. Recebi muitas mensagens, muitos telefonemas de apoio… eu agradeço mas eu não fiz nada. Zero. A única coisa que fiz foi afastar pessoas que estavam um pouco exaltadas. Alguém dentro do Conselho de Disciplina agiu sem pensar. Até prova em contrário toda a gente é inocente. Até o maior criminoso é ouvido. E a verdade é que no caso do Facebook eu não fui ouvido e neste caso também não».