O “Pingo Doce” ainda não chegou a Tomar e continua no centro de uma enorme polémica, quer nas reuniões da Câmara ou na Assembleia Municipal. E há mais um episódio desta troca de argumentos para juntar ao rol de opiniões. Rui Serrano, vice-presidente da autarquia nabantina, aproveitou o recente encontro do executivo para acusar Pedro Marques, vereador dos Independentes, de colocar a chegada daquela rede de híper e super-mercados dentro de um sentido negativo, considerando mesmo que as «críticas insistentes» têm levado empresários a questionar sobre se vale a pena investir em Tomar: «O que me parece aqui, claramente, e parece-me que tem sido assumido desde o início deste processo por parte dos Independentes, e na pessoa do vereador Pedro Marques, é que há um insistente sentido negativo na vinda do “Pingo Doce” para Tomar. Tenho sentido o insistir de uma situação que não é verdade, uma vez que está salvaguardado o interesse público, a segurança da população e ainda a livre concorrência entre duas grandes superfícies de retalho. E isso tem permitido outros processos que estão a ser despoletados com a chegada do “Pingo Doce”. O que parece é que este assunto a ser tratado desta forma está a levar a um ponto a que a dada altura o investir se questiona sobre se valerá a pena investir em Tomar. É o que temos reparado. Questiono, enquanto cidadão, o porquê de nunca ter acontecido o “Pingo Doce”? Somos mais ou menos do que os outros? É agora uma questão da estrada nacional 110?!».
Pedro Marques respondeu de pronto e voltou a deixar claro que não é contra a chegada do “Pingo Doce”. O que está em causa, reforçou o vereador dos Independentes, prende-se com a questão das acessibilidades à futura superfície comercial, sendo que Pedro Marques, recorde-se, está contra a entrada/saída pela Nacional 110. E recuou ao seu passado enquanto presidente da Câmara de Tomar para referir como é que processos idênticos foram ultrapassados: «Quando outros espaços quiseram vir para Tomar nós, enquanto executivo, na altura, tivemos que assumir essa nova realidade. E naquela altura vieram três superfícies comerciais, casos do “Intermarché”, o “Modelo” e o “Lidl”. Nunca contrariámos isso mas todos eles respeitaram regras. O “Modelo”, por exemplo, quando fez as obras que fez, fez aquela rotunda, fez o parque de estacionamento por detrás da Nabância, comprometeu-se a comparticipar em 50% se tivéssemos que demolir algumas casas… Neste caso, é nossa obrigação definir as regras. E se quisessem algum apoio teriam definido, com todos nós, a localização e estas regras básicas. O que me preocupa é a acessibilidade. Está enganado quando diz que estou contra o investimento. Não sei onde é que se baseou… Isso é totalmente falso. Basta que o “Pingo Doce” faça os acessos pelo lado do heliporto para não haver qualquer problema».