“Na Saúde, a inovação pode ser dividida em duas grandes áreas: a tecnologia que está ao serviço dos profissionais de saúde nas tarefas mais repetitivas e que precisam de menos diferenciação técnica, como a marcação de consultas ou o atendimento telefónico, e a inovação tecnológica utilizada para ajudar no diagnóstico e no tratamento dos nossos doentes.” A afirmação é da diretora clínica do Hospital Distrital de Santarém (HDS) e foi proferida no âmbito das I Jornadas de Saúde da Santa Casa da Misericórdia de Santarém (SCMS), que decorreram na sexta-feira, 19 de maio, no Convento de São Francisco, em Santarém. Ao intervir num painel intitulado “ Inovação, futuro do cuidar em saúde”, a diretora clínica do HDS salientou que “a tecnologia permite o funcionamento em rede, o que possibilita o acesso mais célere a informação de determinado doente que tenha recorrido a um hospital no Porto ou em Lisboa”. Maria Filomena Roque alertou, no entanto, que embora a inovação seja positiva, é necessário não esquecer a humanização. “Não podemos centrar-nos na atividade tecnológica, como por exemplo o pedido de análises ou exames, e esquecer-nos de falar com o doente, perceber quais as suas expectativas em relação à sua doença”, salientou. “O facto de termos tecnologia e inteligência artificial ao nosso dispor, permite-nos obter um diagnóstico mais preciso, mas não podemos esquecer-nos de que somos humanos e estamos a tratar pessoas”, defendeu, acrescentando que, na sua opinião, a tecnologia pode reforçar o lado humano de quem trata dos doentes, uma vez que deixa tempo livre para um maior contacto com o doente e a família.
O painel, moderado por Ana Filipa Nunes, jornalista da SIC, contou ainda com as intervenções de Hélia Dias, diretora da Escola Superior de Saúde de Santarém do Instituto Politécnico de Santarém, de Rui da Fonseca Pinto, diretor da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, e de Maria José Casaca, da SCMS. Na abertura das jornadas, que antecedeu o painel “Inovação, futuro do cuidado em saúde”, participaram Hermínio Martinho, provedor da SCMS, Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Santarém, Renato Bento, diretor da Segurança Social de Santarém, e Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas.