Luís Silva, vice-presidente da Câmara de Torres Novas e responsável pelo Departamento de Urbanismo, disse ter reagido «com algum espanto» à presença da Polícia Judiciária no edifício municipal durante esta terça-feira, altura em que dois funcionários da autarquia – uma arquiteta e um fiscal – foram detidos, suspeitos de corrupção ativa e passiva, assim como de recebimento de vantagem, num processo onde uma outra pessoa também foi detida, no caso um projetista de uma empresa privada. Numa publicação na rede social ‘Facebook’, Luís Silva deixou clara a sua vontade de «que se investigue, as vezes que forem necessárias, tudo quanto houver a investigar», assegurando «disponibilidade total para colaborar com quaisquer entidades de investigação judiciária». A PJ, recorde-se, já adiantou – em comunicado enviado para a Hertz – que esta operação «teve a sua génese «no verão de 2021, através de denúncia anónima, e reportava licenciamentos para construção e requalificação de imóveis, que davam entrada naquele departamento (…) e que, por conluio entre os indivíduos detidos, um quadro superior e outro quadro intermédio do referido Município, violando os seus deveres funcionais, conduziam à manipulação das ações prévias de conformidade dos processos, no decurso das fiscalizações previstas, obtendo por essa via proveitos financeiros».