Uma exposição de Graça Morais vai ocupar a Galeria do Parque, em Vila Nova da Barquinha, entre 11 de março e 30 de junho. “O Peso do Mundo” é título de uma pintura da artista que dá agora nome ao grupo de trabalhos apresentados. Tais pinturas e desenhos são o resultado de trabalhos realizados em tempos de pandemia. Esta exposição tem a chancela da Fundação EDP e é comissariada por João Pinharanda, no âmbito da parceria com o Município de Vila Nova da Barquinha para a programação artística do Parque de Escultura Contemporânea Almourol. As obras que aqui se vêm foram seleccionadas a partir do conjunto mais vasto apresentado entre julho e setembro de 2022, sob curadoria de Joana Baião e Jorge Costa no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança. O clima de angústia mantém-se vivo nas peças apresentadas e tem sido marca permanente em Graça Morais, sempre preocupada com o destino trágico da humanidade, procurando as raízes desse destino num passado arcaico de sofrimento e dor que a vida rural lhe ensinou a ver e que a loucura do mundo contemporâneo, tecnológico e digital, entre guerras e pandemias, não resolveu, antes parece ter agravado. Mas não é apenas uma lição de desespero que se tira destas imagens sofrida: há uma importante dimensão de resistência e solidariedade que se adivinha nos corpos expectantes, nas máscaras dos rostos, na aliança dos humanos com os animais e com a natureza. É essa dimensão que nos permite encontrar e seguir o fio de esperança que nos afasta do medo. Maria da Graça Pinto de Almeida Morais nasceu no dia 17 de março de 1948 em Vieiro, Trás-os-Montes. Concluiu o Curso Superior de Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1971. Actualmente reside e tem o seu atelier em Trás-os-Montes e em Lisboa. Entre os anos de 1976 a 1979 viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. É membro da Academia Nacional de Belas Artes e de diversas associações, confrarias e fundações culturais. Desde 1974 até 2019 realiza e participa em mais de uma centena de exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro. Para além de reconhecida e divulgada, a sua obra plástica tem conquistado ao longo dos anos inúmeros prémios e distinções.