Ivo Santos dirigiu-se, nesta sexta-feira, aos sócios e adeptos do Sporting de Tomar, justificando, nesse texto, a sua saída da presidência do clube nabantino, depois de sete anos no desempenho de funções. Ivo Santos começa por dizer que «seria injusto da minha parte não vos agradecer publicamente, pela confiança depositada em mim bem como e por consequência nas equipas diretivas que apresentei a sufrágio. Este agradecimento é extensivo a todos que os integraram os órgãos sociais, em particular aos meus colegas de direção, sem os quais os resultados alcançados não teriam sido possíveis». Quanto à demissão propriamente dita, Ivo Santos assegura que «sempre tive a consciência da grande responsabilidade que acarreta ser Presidente do Sporting Clube de Tomar. Não sou de ficar acomodado, acreditando que os ciclos se iniciam e terminam. Desde Maio último, com a presença da clube na Final Four da Euroliga, principal competição de clubes á escala global, sentia que um ciclo que começara há 7 anos atrás chegara ao fim, sendo necessário dar espaço para um novo ciclo, desejadamente mais ambicioso, desafiante, com novas ideias e objetivos.
Saio com a noção que nem tudo foi alcançado. Não consegui mobilizar, numa escala que seria a necessária, o apoio das forças vivas de Tomar – institucional e privados – bem como da região da qual somos os primeiros embaixadores desportivos». «Tudo fizemos para que o apoio ao clube fosse encarado como um investimento com retorno e nunca uma despesa. Na última época apostámos em comunicar de uma forma mais moderna, profissional e organizada; avançámos com campanhas criativas e originais junto dos sócios, procurando superar crises e uma longa paragem, e posteriormente, épocas sem público ou com lotação limitada nas bancadas devido ao vírus COVID 19. Lutámos para vencer, tal como o afirma o nosso lema. Nem sempre o conseguimos», reforçou na ‘carta aberta’.
Ivo Santos quis, também, recordar o aumento de visibilidade por parte do Sporting de Tomar: «Mesmo a garantia de 10 transmissões televisivas / época, em canais generalistas e temáticos; presença nos media locais, regionais e nacionais; associados à afirmação do clube como uma referência da modalidade – 10.º clube no ranking mundial de clubes – e, friso, o único clube na 1.ª divisão nacional, representante de uma zona do país que vai de Lisboa a Oliveira de Azeméis – não foram razões ou motivo suficiente para mobilizar mais apoios qua garantissem o crescimento do nosso projeto. Sim, aqui e ali sentimo-nos sem suporte ou apoio. Resultado disso, infelizmente, e apesar de todo o trabalho e esforço desenvolvido nesse sentido pela Direção, não reunimos os apoios suficientes para, na época que agora se inicia, estarmos presentes nas competições europeias. Assumo pessoalmente essa derrota, certo que os que ficam lutarão para estar presentes em épocas futuras».
Quanto ao futuro, Ivo Santos elogia Ricardo Cardoso, seu sucessor… e antecessor: «Inicia-se agora, com a minha saída, um novo ciclo de vida e crescimento do clube – o Prof. Ricardo Cardoso, figura que pela sua dimensão, passado, presente e futuro já figura muito justamente na História deste Clube como uma das suas mais proeminentes figuras, dá-nos plenas garantias de trabalho e dedicação, uma gestão segura, alicerçada na continuidade em funções dos elementos da Direção».