A reunião, organizada pelo Secretaria de Estado, teve lugar no ParqueTejo, em Rossio ao Sul do Tejo, e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, e representantes de diversas autarquias, nomeadamente, Tomar, Constância, Mação, Ferreira do Zêzere, Almeirim, Vila Nova da Barquinha, Castelo Branco, Golegã, Nisa, Figueiró dos Vinhos, Benavente e Sertã, a par com o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), José Pimenta Machado.
Na ocasião, o Secretário de Estado João Paulo Catarino explicou que “estamos em contexto de seca severa e o Tejo até Constância, mais de 70% da água que tem, provém de Espanha onde a situação não é melhor do que a nossa e por isso é importante monitorizar permanentemente com Espanha os caudais do Tejo e é isso que a APA tem vindo a fazer e é uma relação que tem sido muito positiva, mas os meses de agosto e setembro preocupa-nos e por isso precisávamos de fazer este ponto de situação com os autarcas que têm vindo a fazer um trabalho extraordinário no sentido de tomar medidas para uma maior eficiência hídrica e armazenamento”.
Sobre a reunião com os autarcas, João Paulo Catarino referiu que “foram solicitadas medidas estruturais para resolver este problema da falta de caudais e a perspetiva para os próximos 20 anos é que venha a reduzir. Por isso, precisamos de medidas estruturais e o Governo está a estudá-las, tem vindo a estudar algumas medidas que passam por um melhor aproveitamento do rio Ocreza e de um eventual túnel para ligar o Cabril à bacia hidrográfica do Tejo”. “Estas soluções estão a ser estudadas e esperamos que em breve sejam consolidadas para serem apresentadas”, avançou o Secretário de Estado.
O Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, referiu que esta foi uma reunião de preparação para o futuro e acrescentou que “há muito tempo que falamos da qualidade da água mas também nessa altura eu falava da quantidade da água e a verdade é que nos últimos anos, cada vez temos menos quantidade e aqui referi junto do Sr. Secretário de Estado a necessidade de regularização dos caudais porque há dias em que temos muita água e depois passamos muitos dias sem água, o que provoca um desequilíbrio no ecossistema e na dinâmica do rio de forma significativa”.
Manuel Jorge Valamatos destacou a necessidade de se “encontrarem estratégias e criar condições para reservar água nos períodos em que ela aparece” o que implica a existência de “novas barragens que sejam capazes de reter a água para conseguir alimentar todo o período em que há menos água”.
Sobre o açude de Abrantes, o Presidente da autarquia reforçou que “ já é uma boa solução para os agricultores que estão a montante” e que “o açude tem um potencial enorme, até do ponto de vista da produção de energia, uma ideia da qual nunca nos desligámos, de ter uma nini-hídrica no Tejo, e que vai continuar a estar em cima da mesa de forma a tirar o maior partido desta estrutura”.
“Temos de pensar de forma muito séria em reaproveitar a água das ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais) para a agricultura, para a rega de jardins, para a lavagem de ruas, por exemplo, e são estas estratégias estruturantes que temos de colocar em ação”, concluiu Manuel Jorge Valamatos.