Em comunicado, enviado para a redação da Hertz, Inês Barroso, Isaura Morais e João Moura, deputados do PSD por Santarém, criticam a incapacidade do Governo para responder à falta de médicos especialistas em anestesiologia e ortopedia no Hospital Distrital de Santarém (HDS). Numa pergunta à ministra da Saúde, esta quarta-feira, os deputados social-democratas por Santarém recordam que, durante a discussão do Orçamento do Estado para 2022, alertaram para “o subfinanciamento do Ministério da Saúde aos hospitais públicos, identificando o modelo de governação como não adequado as exigências diárias da gestão hospitalar, por excesso da burocracia e vincada falta de autonomia administrativa e financeira para uma adequada gestão de recursos humanos e contratação de serviços”. Para o PSD, “a grande dificuldade não é só a contratação de novos médicos, mas a gestão dos que já trabalham no SNS”.
De acordo com os parlamentares, no “Hospital Distrital de Santarém, os constrangimentos que se verificaram nos dois últimos fins-de-semana, estiveram relacionados com o número reduzido de médicos anestesistas, o que obviamente afetou os serviços de ginecologia/obstetrícia. Este Hospital manteve o atendimento, mas teve condicionamentos inevitáveis, para não se correrem quaisquer riscos ao nível dos cuidados médicos a prestar. Nos passados dias 10, 11 e 12 de junho, o HDS manteve o funcionamento dos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia com uma equipa diminuída, mas recusou a receção de politraumatizados e/ou a necessitar de cuidados de obstetrícia/ginecologia que implicassem os serviços de médicos anestesistas”. Além disso, “nos dias 18 e 19 de junho, o HDS continuou a registar limitações no bloco de partos e na cirurgia traumatológica, por falta de anestesistas, obrigando ao reencaminhamento de doentes urgentes para outros hospitais da rede”. “Para quando está prevista uma efetiva restruturação do modelo de governação, que dê recursos e real autonomia de gestão às instituições hospitalares”, interrogam os deputados.
Embora o Governo tenha, de acordo com o PSD, anunciado a contratação de 86 médicos especialistas em Anestesiologia, (…) a administração comunicou a necessidade de entrada de oito médicos. (…) E a tutela indicou que poderá ser alocado um especialista”. “Esta situação impossibilita o HDS de prestar serviços à população, ou seja, está o Governo a incumprir na garantia de meios para que a unidade hospitalar cumpra a sua missão assistencial”, concluem.
«O PSD pergunta:
1. Para quando está prevista uma efetiva restruturação do modelo de governação, que dê recursos e real autonomia de gestão às instituições hospitalares?
2. Tem a tutela conhecimento das limitações em termos de recursos humanos do Hospital Distrital de Santarém?
3. Quando está previsto o reforço de médicos especialistas de anestesia e de ortopedia para o Hospital Distrital de Santarém?
4. Quantas vagas serão preenchidas nesta unidade hospitalar por médicos anestesistas e médicos ortopedistas?
5. Como pode o Hospital Distrital de Santarém assegurar serviços de anestesia e de ortopedia, sem ver atendidas as suas necessidades mínimas ao nível de recursos humanos?».