Fabíola Cardoso, candidata à Assembleia da República do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral de Santarém, reuniu com o movimento PROTEJO, que se fez representar por Paulo Constantino e Ana Silva. A reunião decorreu na Ribeira de Santarém, junto ao Rio Tejo. A candidata aproveitou a oportunidade para fazer um balanço do trabalho de defesa do Rio Tejo e de toda a sua bacia hidrográfica ao longo do mandato, na Assembleia da República, contra a poluição e em defesa de caudais ecológicos e rios livres. Ficou também a conhecer as perspetivas futuras do PROTEJO, bem como os seus projetos ecológicos para o futuro a médio prazo. Para a bloquista, “salvaguardar os nossos rios é determinante para salvaguardarmos a sustentabilidade da vida na Terra e a biodiversidade que a suporta”. A candidata esclarece que “a prioridade do Bloco é assegurar um Rio Tejo livre, com objetivo de restabelecer os equilíbrios ecológicos”, acrescentando que há “muito trabalho a ser feito na remoção de obstáculos, como açudes, em toda a extensão do rio, mas também na despoluição e naturalização do Nabão, do Almonda, do Alviela ou do Rio Maior”. Fabíola Cardoso assegurou que “as práticas agrícolas intensivas e ultra-intensivas causam enormes danos, pois recorrem à elevada utilização de agroquímicos, que têm um peso considerável na emissão de gases com efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e todas as consequências conhecidas”. Afirmou ainda que os problemas ambientais e de saúde pública causados pelas indústrias da suinicultura, na contaminação das linhas de água, solos e ar, também não podem continuar a ser ignorados.
A candidata do Bloco por Santarém criticou “a cativação dos fundos europeus por parte dos grandes empresários agrícolas, o que impede um real investimento em modelos de agricultura que privilegiem a biodiversidade, através de práticas ecológicas e produções biológicas, essenciais para o desenvolvimento rural “. Fabíola Cardoso recordou como “triste, a autorização do governo aos estudos para a expansão em 300 mil hectares de área regada no Ribatejo, Oeste e Setúbal, através da construção de mais de 10 barragens no Tejo e afluentes”. A candidata à Assembleia da República quer, ainda, ver em prática algumas das propostas do Bloco de Esquerda, como:
– devolução da autonomia às Administrações de Região Hidrográfica;
– promoção de culturas menos exigentes, tendo em conta a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos;
– criação do Plano Nacional de Restauração Fluvial, tendo em vista a remoção de açudes e barragens, bem como a recuperação da qualidade da água e dos habitats;
– revisão da Convenção de Albufeira para fixar caudais mínimos diários;
– criação de um Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Tejo à escala ibérica, a fim de cumprir a Diretiva Quadro da Água