Num comunicado enviado para a redação da Hertz, a Coligação Democrática Unitária (CDU) toma posição sobre as Grandes Opções do Plano e Orçamento do Município de Tomar para o ano de 2022, sendo que esta posição surge depois de uma reunião que decorreu entre Paulo Macedo, Bruno Graça, Francisco Santos, Maria Rodrigues e Sandra Monteiro, de um lado, e Anabela Freitas, presidente da Câmara, do outro. No texto em causa, a CDU adverte que «problemas estruturais do concelho vão permanecer» e explica as razões desta análise:
«A delegação da CDU depois de ouvir a exposição da senhora Presidente da Câmara referiu que a nossa matriz para definir e/ou avaliar as opções políticas da autarquia não se tinha alterado e que, quer a avaliação global das políticas implementadas, quer a avaliação de cada investimento no concreto, será sempre feita tendo em conta os contributos que tragam para:
1- Inverter o atual ciclo de desertificação e decréscimo de população do Concelho;
2- Inverter o atual ciclo de crescimento da taxa de envelhecimento da população do Concelho;
3- Aumentar a coesão territorial, económica e social do Concelho.
É opinião da CDU que ao manter as mesmas opções políticas para a elaboração das Grandes Opções do Plano para 2022, os problemas estruturais com que hoje o Concelho se confronta vão, infelizmente, permanecer. Consideramos que só com outras políticas que tenham em conta o emprego, a produção de riqueza, a atratividade, a habitação e a coesão territorial, quer a nível económico quer a nível social, poderemos enfrentar as dificuldades estruturais com que hoje o nosso Concelho se debate. Na reunião, a CDU levantou um conjunto de questões que considera indispensável serem consideradas para se dar resposta à atual situação. Assim:
1) Reafirmámos a necessidade da implementação de um Gabinete de Apoio à Criação de Emprego e Captação de Investimentos que assuma uma postura pró-ativa não só através da intervenção direta na disponibilização de áreas de acolhimento empresarial, mas também na criação de incentivos à atividade das empresas, no incentivo à qualificação dos projetos de potenciais pequenos e médios empreendedores. Este gabinete deve dispor das condições consideradas necessárias para cumprir os objetivos definidos;
2) Reafirmámos a necessidade de se instalar um Parque de Feiras e Exposições que seja alavanca para a atividade económica do Concelho;
3) Reafirmámos a necessidade de se proceder a uma profunda intervenção no Parque Empresarial servido pela ferrovia em Santa Cita potenciação essa que seria uma mais-valia em termos de mobilidade, ambiente e de economia;
4) Reafirmámos a necessidade de se dinamizar e apoiar o Sector Primário no Concelho assumindo o Mercado Municipal o papel de âncora para o escoamento da produção agrícola familiar do nosso Concelho abrindo-o aos Concelhos vizinhos, apoiando a criação de circuitos curtos de
distribuição e de armazenamento frio da produção;
5) Reafirmámos as enormes potencialidades do ensino profissional e do ensino artístico especializado, já instalado no Concelho, no desenvolvimento económico e social do Concelho;
6) Reafirmámos a indispensabilidade de dispormos de um Serviço Nacional de Saúde de qualidade e de proximidade, para sustentar a atratividade do nosso território, quer a nível hospitalar quer a nível de Cuidados Primários incluindo as Extensões Médicas;
7) Reafirmámos a necessidade de implementar profundas alterações a nível da mobilidade, preparando medidas que valorizem o transporte público, quer nível ferroviário quer a nível rodoviário;
8) Reafirmámos a necessidade de se reorganizarem e modernizarem os Serviços do Município qualificando e valorizando os trabalhadores;
9) Reafirmámos que não é aceitável continuar a adiar a abertura de Concursos para os lugares de chefias do organograma dos Serviços Municipais;
10) Reafirmámos a necessidade de se apoiarem as Juntas de Freguesia não só ao nível financeiro, mas também a nível de recursos humanos e de equipamentos tendo em conta o processo de transferência de competências;
11) Reafirmámos a necessidade de se reforçar e melhorar a limpeza urbana;
12) Reafirmámos a necessidade de se avançar com o Parque Desportivo das Avessadas. Foi ainda abordada a situação da Tejo Ambiente acerca da qual a CDU já apresentou ao senhor Presidente da Assembleia Municipal um requerimento, para nos serem prestadas algumas informações sobre a evolução da empresa. A CDU mantém a sua posição de ter sido um erro político a criação da Tejo Ambiente. Hoje voltaríamos a votar contra a criação desta empresa! A CDU ainda mostrou à Sra. Presidente da Câmara a sua preocupação com a empresa RSTJ – Gestão e Tratamento de Resíduos E.I.M., S.A. (antiga RESITEJO). Finalmente, a CDU apresentou quatro proposta pontuais, a saber:
1) Que seja exigido, à Tejo Ambiente, a execução das obras de saneamento da Freguesia da Sabacheira conforme consta do acordo firmado entre as Câmaras Municipais de Ourém e de Tomar e que permitiu a construção da ETAR de Seiça naquela freguesia. Estas obras de saneamento devem ocorrer em simultâneo com as que estão previstas e financiadas para a remodelação da referida ETAR e das respetivas condutas situadas no território da Sabacheira;
2) Que a execução das obras de arranjo da Estrada de S. Simão se inicie no primeiro semestre de 2022;
3) Que no orçamento em discussão seja reconhecida a necessidade e urgência da recuperação do edifício da sede da Junta de Freguesia de Carregueiros onde, de resto, funciona a Extensão Médica e cuja cobertura ameaça ruir;
4) Que seja considerada a necessidade de se proceder ao arranjo do Largo de Santo Amaro, em Carregueiros, transformando-o num espaço social, de lazer e convívio comunitário».