Foi uma das polémicas deste Verão. O encerramento de uma sala de aula na freguesia de Sabacheira motivou dura troca de palavras entre Partido Social-Democrata e Partido Socialista, neste último caso na face mais visível do presidente da Junta, António Graça. Aquela estrutura, recorde-se, integrava a escola de Carregueiros e, com este fecho, os menos de dez alunos foram recolocados. Celeste Sousa, directora do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, em entrevista à Hertz, deixou claro que este cenário «foi o melhor para as crianças», assegurando que todo o processo mereceu a concordância da população apesar de, lamentar, ter havido lugar a lágrimas: «Digamos que esta situação é uma sina que temos em cima… O número de crianças diminui desde há uns anos a esta parte. Por isso, encerram-se escolas. No ano passado, por exemplo, fechou uma nossa escola, a de Porto da Lage, que tinha menos de dez crianças. Aqui, neste caso, acompanhei o processo e antes da decisão oficial estive com as pessoas no local, ou seja, com o presidente da Associação de Pais, com os pais em geral, com o presidente de Junta… Entendo a grande mágoa que é fechar uma escola, nem que tivesse só um aluno. É doloroso, mas temos que ser realistas pois somos um país pobre. Todas estas pessoas tiveram uma enorme consciência de que esta teria que ser a opção e acredito, como muito deles, que vai ser o melhor para os alunos que, assim, vão para uma escola, ao contrário do que acontecia naquele edifício adaptado onde estavam. A escola de Carregueiros tem muitas condições. Na reunião que tivemos com a população, notou-se alguma dor, é verdade, e custou-me muito ver algumas lágrimas caírem, mas todos estavam conscientes de que era a melhor decisão. Houve um acompanhamento para que todos fossem para a escola que entendessem, sendo que a Câmara se disponibilizou para apoiar ao nível dos transportes, caso as distâncias não fossem muito grandes. Os alunos vão beneficiar com esta mudança».