Os debates organizados pelas Rádios Hertz e Cidade Tomar, entre os candidatos à Assembleia Municipal de Tomar foram um bom contributo dado à causa politica, não só porque os participantes tiveram uma postura urbana (apesar das pequenas querelas), mas também porque acrescentaram alguns pontos que valorizam o órgão supremo da autarquia, o qual tem sido bastante menorizado em sucessivos mandatos.
Verificou-se que globalmente os candidatos do CDS, PSD, PS, CDU e BE tinham um discurso estruturado e mostraram “traquejo” politico, excetuando os candidatos do Chega e do Volt que demonstraram um desempenho mais limitado, pois não patentearam a “bagagem” dos restantes concorrentes.
Também os moderadores dos debates (ou seja, os jornalistas Feliciano, Melenas e Elsa) prestigiaram os “media” e desempenharam bem a função, já que adotaram a “agressividade” suficiente e a contundência ajustada aos diferentes momentos e ritmos da disputa eleitoral.
Em termos de conteúdo, será essencial que os protagonistas não façam só promessas e concretizem os aspetos em que convergiram, como por exemplo: reuniões da AMT descentralizadas pelas freguesias; criação de condições físicas, técnicas e humanas para melhorar o funcionamento do órgão; apostar numa Comissão Permanente, em vez da Conferência de líderes, para dar mais autonomia, transparência e eficiência à AMT; criar e dinamizar diversas Comissões Municipais (de saúde, do ambiente, da habitação, da educação e dos assuntos sociais) para responder a problemas concelhios.
Depois, os atores políticos expressaram concordância em outras matérias como: nas sessões ordinárias e extraordinárias, a AMT deve realizar um efetivo escrutínio e fiscalização da CMT, exercendo todas as suas competências; melhorar a “grelha de tempos” das intervenções dos deputados municipais para não penalizar os representantes dos pequenos partidos; as intervenções dos munícipes e as respostas da CMT devem ocorrer no ponto prévio da agenda da AMT, ou seja, no PAOD.
Sem questionar a evolução geral dos debates, julgamos que aconteceram “excessivos” momentos de unanimidade a fazerem lembrar os consensos “balofos” de tempos passados, restando saber se depois terão consequências práticas na melhoria da imagem e funcionamento do órgão deliberativo.
Além deste pormenor que, para alguns nabantinos, até pode significar que Tomar está na “rota certa”, os debates precisavam de mais tempo para aprofundar outras temáticas e, ao mesmo tempo, permitir a afirmação das diferenças dos programas e, neste aspeto, os candidatos do CDS e CDU foram os mais “disruptivos”, tal como o candidato do PSD que, no final do primeiro debate, deixou marcas distintivas face à maioria autárquica.
Em resumo, em termos globais esta iniciativa das rádios locais mereceu nota positiva, pois informou os eleitores sobre o “andamento” do próximo órgão máximo do concelho e, sobretudo, permitiu aos tomarenses ficarem mais habilitados a exercerem o seu direito-dever de votar no dia 26 de setembro. José Rogério