Apesar da nova legislação, que prevê punições para quem mal tratar os animais, a verdade é que no concelho de Tomar ainda há exemplos, maus exemplos, de como não se deve lidar com aqueles que, por vezes, são mesmo a única companhia do ser humano. A Associação Protectora dos Animais de Tomar, cujas instalações estão agora localizadas no Canil Intermunicipal, na zona industrial, lida, quase diariamente, com casos de maus-tratos, que vão desde abandonar cães e gatos à porta daquela estrutura dentro de caixas ou sacos… e até mesmo já cadáveres. Fátima Rodrigues, uma das pessoas que, de forma graciosa, dá a cara pela associação, não encontra palavras para descrever aquilo que, de quando em vez, é obrigada a testemunhar. Nesta altura, lamenta, já são mais de centena e meia de animais que estão nas instalações: «Estamos com uma média de 170 animais… Mas algumas pessoas continuam, de facto, a praticar maus-tratos: posso dizer que vão colocar animais amarrados à porta da associação. Deixam-nos lá amarrados a um poste, perto da entrada ou então mandam-nos lá para dentro. Vão lá colocar caixas com gatinhos, caixas fechadas e isso ainda é pior com tanto calor. É inimaginável. Até já chegou ao cúmulo de meterem cadáveres dentro de sacos e mandam com eles para a porta. Quem faz isto tem que pensar que os animais também sofrem, especialmente aqueles que são colocados dentro de sacos. Os animais, coitados, querem respirar e não conseguem. Não há sensibilidade da parte de muitas pessoas. Para algumas pessoas, um animal não passa de um animal».